tag:blogger.com,1999:blog-58686589085666729032024-03-14T07:19:32.276-07:00Psicanálise do CotidianoBlog dedicado à análise psicanalítica dos fatos cotidianos.Unknownnoreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-78963615185759204722012-11-07T15:56:00.000-08:002012-11-11T16:44:26.200-08:00O outro lado do bullying<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyHAhRiZub1QwH88f5p_EPHeY3pa4ixiHjBNsTumiLnsQ1mZiXqcKIAQe8OY8BrFX5_js4Fjr66qsL659yw-MKy_kRQZ76ccErO4eY-GIF62UOIkHDBJRqd9Y7_8P8t0X0UqlhKE5cf8I/s1600/jarrao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyHAhRiZub1QwH88f5p_EPHeY3pa4ixiHjBNsTumiLnsQ1mZiXqcKIAQe8OY8BrFX5_js4Fjr66qsL659yw-MKy_kRQZ76ccErO4eY-GIF62UOIkHDBJRqd9Y7_8P8t0X0UqlhKE5cf8I/s320/jarrao.jpg" width="213" /></a></div>
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Para se falar sobre o <i>bullying </i>seria interessante saber a sua definição: "<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><i>Bullying </i>é uma situação que se caracteriza por </span><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas</span><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">. O termo <i>bullying </i>tem origem na palavra inglesa </span><em style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">bully</em><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. " </span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">Como podemos perceber, o termo bullying é extremamente beligerante, ou seja, significa algo que nem de perto promove a paz.</span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">Lembro-me que ao longo de minha vida estudantil presenciava alguns episódios que quase se enquadravam na descrição acima. Muitas das brincadeiras ou zoações, que hoje seriam considerados <i>bullying</i>, ocorriam basicamente devido ao tipo físico da pessoa. O caso mais marcante foi de um colega a quem todos chamavam de "Jarrão", pois se parecia com o protagonista da propaganda do Ki-Suco, refresco em pó açucarado e colorido, sucesso absoluto entre os jovens da época. Acredito que em todo o Brasil deveriam haver milhares de outros <i>jarrões</i>.</span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">Entretanto, nos dias atuais, esta agressividade do <i>bullying </i>parece ocorrer não só pela aparência, mas por alguns motivos implícitos dos quais as vítimas e parentes não possuem conhecimento. Daí esta agressão ser continuada e acontecer por todo o momento em que o agressor e vítima estiverem juntos.</span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;">Engana-se quem pensa que ocorre somente entre adolescentes, pois há o <i>bullying </i>em qualquer lugar que exista grupo e em todas as faixas etárias. Entretanto a pressão social inibe esta agressão entre as pessoas mais maduras. Por isso, noticia-se somente entre adolescentes, pessoas cujos aparelhos psíquicos encontram-se em formação, onde o super-ego ainda é frágil.</span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;">Como já dito em posts anteriores, na resolução bem sucedida do Complexo de Édipo, o menino incorpora os conceitos e limites impostos pelo seu pai, tomando-o com exemplo. Portanto, se este pai é agressivo e possui poucos limites, o jovem será potencialmente violento. </span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;">Outro conceito que devemos ter em mente quando falamos sobre <i>bullying </i>é o da existência de uma relação <i>sado-masoquista</i> entre os envolvidos, em que o agressor é o sádico e a vítima é o masoquista. Esta relação, apesar de aparentemente incoerente, não se interrompe com facilidade.</span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;">Finalmente, para se entender completamente o porquê da existência do <i>bullying</i>, devemos conhecer o universo dos adolescentes, o que fazem, como vivem e, principalmente, da importância exacerbada, quase que uma necessidade fisiológica de participar de grupos. E justo por esta última característica, se origina o <i>bullying</i>: - a rejeição do grupo ao adolescente que gostaria de fazer parte dele.</span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px;"><span style="line-height: 19px;">Portanto o <i>bullying </i>só ocorre quando existe uma confluência de três elementos que, caso não estivessem presentes, não aconteceria: </span></span> </div>
<br />
<ul>
<li><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">- Deve haver o agressor, que na realidade é vítima de uma família mal estruturada. Sabemos que este tipo costuma se dar mal quando encontra um semelhante mais forte, pois costuma resolver seus conflitos na "marra".</span></li>
<li><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">- Deve existir a vítima do </span><i style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">bullying </i><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">que possui fortes componentes masoquistas em sua personalidade para persistir neste esquema de querer ser aceito pelos outros. Do contrário evitaria o conflito. </span></li>
<li><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: justify;">- Deve existir o grupo agressor.</span></li>
</ul>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">Como já escrito também anteriormente, quando juntos, os jovens incorporam o super-ego do grupo o qual fazem parte. Se este for liderado por alguém com perfil violento, todos passam a assumir o mesmo comportamento. A agressividade costuma ser direcionada a qualquer pessoa e não somente para a vítima do <i>bullying</i>, entretanto nem todos se sentem abalados, notadamente aqueles que não fazem questão alguma de serem aceitos como membro ou mesmo simpatizante daquele grupo.</span><br />
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">Como conclusão, podemos dizer que todos os envolvidos necessitam de tratamento e acompanhamento psicológico, e que infelizmente a vítima, de forma inconsciente, contribui para a existência deste tipo de agressão. Porém, in</span><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;">dependente das justificativas psicanalíticas para sua ocorrência, o <i>bullying </i>deve ser observado e reprimido pelos monitores e professores, pois trata-se de um ato covarde e não civilizado, completamente inadequado em qualquer estabelecimento de ensino. Campanhas educacionais que visem seu fim muito provavelmente não obterão êxito, mas ao menos servirão de alerta e esclarecimento para aqueles que nunca tiveram experiência com esta prática a fim de que possam reconhecer quando em curso.</span></div>
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<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br /></span><span style="font-family: georgia; font-size: 13px; line-height: 19px;"> </span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-3033358361034359112012-08-28T15:52:00.001-07:002013-05-30T04:54:13.035-07:00O fascinante mundo da loucura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bjp9l_j9QOM5hCy3yfInctD3MIXaik20HAf5XL8qZ4E7GRS2JCOhjbkD_qcavPoZOfCpa97KPbKLaojdfHRW8m-GChes4TF5uGehHBAl0sE5Mq_r7zFEhIX6FdBWDhv6eobOtPKSK3Q/s1600/gentileza.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bjp9l_j9QOM5hCy3yfInctD3MIXaik20HAf5XL8qZ4E7GRS2JCOhjbkD_qcavPoZOfCpa97KPbKLaojdfHRW8m-GChes4TF5uGehHBAl0sE5Mq_r7zFEhIX6FdBWDhv6eobOtPKSK3Q/s320/gentileza.gif" width="320" /></a></div>
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De médico e louco, cada um tem um pouco. Sinceramente não lembro quando escutei esta frase pela primeira vez, talvez enquanto assistia à série de comédia debochada M.A.S.H. que se passava num ambulatório do exército americano durante a guerra do Vietnam ou se durante algum filme do grupo inglês Monty Python. O fato é que a loucura se manifesta em cada indivíduo das mais diversas formas. E por que me veio à cabeça esta frase?<br />
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Durante a semana conversei sobre gente com diferentes pessoas e quatro personalidades já não existentes entre nós, foram citadas: Steve Jobs, o profeta Gentileza, Adolf Hitler e Leonel Brizola. Pode-se dizer que trata-se de uma insólita combinação de elementos destoantes que viveram em épocas e locais totalmente distintos entre si. Em comum entre eles, uma vida frugal dedicada à defesa intensa de suas crenças, a conquista de devotos e seguidores e, finalmente, um traço sutil da loucura de um universo esquizofrênico.<br />
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O "profeta" Gentileza que vivia nas ruas do Rio pregando a paz entre os cidadãos, hoje é quase considerado um monge tibetano, figurando nas redes sociais através de seu simplório pensamento filosófico. Hitler acreditou ser o salvador da Alemanha, o escolhido que veio ao mundo promover a pureza da raça ariana através do extermínio dos judeus. Leonel Brizola, como sintoma patológico, enxergava agentes da CIA e FBI até no banheiro da própria casa. E, finalmente Steve Jobs, que pensava ser infalível, morreu jurando que somente ele sabia qual era o objeto eletrônico de desejo dos consumidores. A se destacar, também em comum, a mania de perfeição associada à enorme paixão com a qual desenvolviam suas atividades.</div>
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Tive a oportunidade de ver em plena ação na Av. Presidente Vargas no Rio de Janeiro, o profeta Gentileza riscando seus textos no asfalto numa época em que não havia calçadas separando as pistas. Estando num automóvel no trânsito, pude vislumbrar a perfeição e simetria com que escrevia as palavras, repetidas como um mantra e hoje eternizadas pelos seus fãs.</div>
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Hitler não perdeu a paixão pela política nem enquanto esteve preso, ocasião que escreveu a bíblia do nazismo, um massante livro chamado "Minha Luta". Boa parte de seus pensamentos encontram-se naquela interessante obra histórica. Tanto ele, quanto Brizola, devem suas ascensões políticas aos momentos delicados pelos quais seus países atravessavam e pelas convicções de seus discursos.<br />
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E finalmente Steve Jobs, cuja paixão por aquilo que vendia, conquistou uma legião de adoradores convencidos de que ele mesmo inventou o computador Apple ou o iPhone, apesar de não ter a menor noção de como funciona um diodo ou capacitor.</div>
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A morte provoca um fenômeno curioso, bastante acentuado entre as viúvas, que é o esquecimento ou atenuação dos defeitos das pessoas falecidas concomitantemente com a supervalorização de suas virtudes ou aparecimento de outras novas até então inexistentes. À exceção de Hitler, que foi rebaixado a louco varrido depois de morto, e Brizola que tornou-se decadente com o fim da guerra fria e descrédito de sua paranoia, os outros dois viraram ícones, personalidades marcantes na vida de muitos. Entretanto, enquanto vivos, todos certamente eram donos de um ego gigantesco, incluindo aí o "humilde" Gentileza. Possuíam também manias e defeitos desagradáveis que, felizmente, alcançavam apenas as pessoas mais próximas.</div>
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A esquizofrenia é a loucura que mais se faz presente na genialidade e na arte, sendo, às vezes, necessária para o sucesso. O mais legal desta loucura é transformar o mundo e produzir admiradores.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-62194792803629525512012-08-28T07:30:00.001-07:002012-08-28T20:21:29.037-07:00O transtorno mental e sua medicação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtS7qVq1gbAUb2MGSqin9W3BtqU3lfB1cwTah_oddw7LdEJ_Gxb-qUbMjkfUJ-BLkKc9LXNaWODwWq3qr_iiP0PD2Rn2cNtABOY7mNZ6TZWI_IIwjh7EiMwBe42q18Lv7hhU-64EUVhG8/s1600/trantorno+mental.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtS7qVq1gbAUb2MGSqin9W3BtqU3lfB1cwTah_oddw7LdEJ_Gxb-qUbMjkfUJ-BLkKc9LXNaWODwWq3qr_iiP0PD2Rn2cNtABOY7mNZ6TZWI_IIwjh7EiMwBe42q18Lv7hhU-64EUVhG8/s320/trantorno+mental.jpg" width="320" /></a></div>
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No último post, dissertei sobre a necessidade do ser humano <i>normal </i>tomar remédios, mesmo sem motivação aparente. Desta vez falarei sobre a medicação oferecida aos doentes mentais. Estes costumam tomar medicamentos alheios às suas vontades, sem saber ao menos qual sua finalidade. Então porquê tomá-los?</div>
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Neste mês recebi convite, e fui, a uma festa de aniversário de um garoto autista. Dentre os colegas, outros autistas. E enquanto as crianças se divertiam, sentei-me à mesa com alguns pais de crianças com esta síndrome que é bastante incapacitante socialmente. Dentre os sintomas desta doença, podemos destacar a hiperatividade, aliás, sintoma presente em muitos portadores de transtornos mentais.</div>
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Talvez a hiperatividade seja a maior causa de prescrição para os ditos psicotrópicos em pessoas com transtornos mentais. A hiperatividade, em si, não costuma ser um problema para o autista ou esquizofrênico, porém para a grande maioria dos responsáveis destes seres, representa literalmente um estorvo, dificultando um relaxamento para recuperar forças a fim de poder dar conta de todas as inúmeras tarefas diárias.</div>
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O uso de psicotrópico no tratamento de transtornos mentais representa uma incoerência médica e muitas vezes um excesso. Uma vez que o remédio não cura qualquer mal, atuando apenas sobre os sintomas, seu uso apenas auxilia aos tutores a observar melhor o tutelado, permitindo-lhes alguns momentos de descanso. Deste fato podemos concluir que o verdadeiro beneficiário do remédio não é quem o toma.</div>
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Muitas vezes o uso de medicamento é justificado para "reduzir a agressividade". A princípio, também não se encontra na literatura algo que relacione o transtorno mental com a violência, a não ser nos casos em que o doente tenha convivido com isso na infância. De outra forma, não devemos temer pessoas com este tipo de problema. Pessoas sem transtornos mentais também podem possuir um padrão violento, no entanto estas não costumam ser medicadas contra as suas vontades.</div>
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Ainda durante a festa, ouvi relatos acerca da dificuldade em se estabelecer uma relação normal entre pais e filhos com autismo ou outro transtorno. Algumas vezes perguntava a estes pais, cujos filhos encontravam-se medicados, se eles teriam coragem de tomar o mesmo remédio, geralmente antipsicóticos, que davam para seus filhos e, caso tomassem, o que aconteceria. Todos diziam que não tomariam porque se tomassem, muito provavelmente ficariam alterados em seus pensamentos.</div>
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Achei bastante interessante a resposta, e sempre os lembrava que seus filhos encontravam-se <i>alterados em seus pensamentos</i> naquele momento pelo uso do medicamento. Sem que estejam em seu estado "normal", eles jamais serão autênticos em suas relações. Certamente seus relacionamentos poderiam ser melhorados sem a intermediação de qualquer substância química. A suspensão do uso de medicamentos representa certo sacrifício num primeiro momento, porém a longo prazo costuma ser compensador.</div>
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Sugeri a todos eliminarem de vez estes remédios que não trazem nenhum benefício ao próprio doente. Sinceramente não sei se seguirão meu palpite, muitos pareciam estar realmente precisando de um descanso.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-77771350350744342032012-02-13T10:12:00.000-08:002012-03-11T21:00:34.465-07:00A medicalização da saúde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqrBhpS1h3ytwSM8bUjLqhHX_m2rxHZhGXQsXO7C8J2ZZKLamSvtksOIdMgbybTfthlXRL1AmtxyoSOW25FKvLT_DXJTvkq4QNYlT2iSPCpG34RsdLqu8nv2cBcKcxfEqNjKcge8rcFxo/s1600/06,+07+and+08+history_img_7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqrBhpS1h3ytwSM8bUjLqhHX_m2rxHZhGXQsXO7C8J2ZZKLamSvtksOIdMgbybTfthlXRL1AmtxyoSOW25FKvLT_DXJTvkq4QNYlT2iSPCpG34RsdLqu8nv2cBcKcxfEqNjKcge8rcFxo/s320/06,+07+and+08+history_img_7.jpg" width="320" /></a></div>
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Há bem pouco tempo, as pessoas iam ao médico e voltavam frustradas quando o "doutor" dizia: - você não tem nada. Ficavam mais indignadas quando ele não prescrevia nem, ao menos, uma vitaminazinha. Entretanto os tempos são outros e não fiquei surpreso ao ler uma reportagem interessante que falava sobre um <a href="http://oglobo.globo.com/saude/check-up-customizado-3944794" target="_blank">check-up customizado</a>, que nada mais significa que a realização de uma bateria de exames com o objetivo de verificar a existência de doenças em seu estágio inicial e assim poder combatê-las com maior facilidade. O grande mote destes exames chama-se prevenção, o que exime de culpa os impulsos hipocondríacos de quem procura tais serviços.</div>
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As pessoas previnem-se ao colocarem o cinto de segurança antes de assumirem os volantes dos seus automóveis que possuem freios ABS e air-bags para o caso de haver um acidente. As pessoas também se previnem ao colocar grades nas janelas para crianças não despencarem ou ladrões não subirem por lá, situações estas que justificamos a prevenção a fim de evitarmos possíveis acontecimentos que poderiam vir a trazer graves consequências.</div>
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Mas fazer um check-up significa algum tipo de prevenção? No caso de nenhuma doença aparecer, nada há de excepcional, porém se algo mais delicado que uma gripe for detectado, não há mais o que se falar em prevenção, mas sim em tratamento e cura. Uma vez a doença estar estabelecida não a prevenimos, tratamos-a. Cada ser humano comporta-se de maneira distinta diante das adversidades. A doença é a maior delas pois atinge-o diretamente, sem intermediações. Portanto, cabe somente ao próprio sujeito reagir de maneira adequada em busca de sua almejada saúde.</div>
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Quando em um naufrágio, incêndio ou outra situação inesperada, qualquer um se utiliza de todos os meios para escapar com vida da tragédia, passando enquanto nesta situação, por barreiras intransponíveis ou escalando paredes que num dia ordinário jamais seriam superadas, tudo em nome do "instinto de sobrevivência".</div>
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Porém, em se tratando de doenças, esta superação não costuma ser tão eficaz. Tão logo tenha conhecimento de que possui algum mal, o sujeito pode se comportar de diferentes maneiras a tão desagradável notícia. Há os que desanimam e logo padecem. Há outros que terceirizam sua cura deixando por conta dos médicos, esperando que a sapiência destes aliada a alta tecnologia resolvam seu problema. Também existem aqueles que lutam bravamente, pensam positivo e partem para todas as receitas que possam trazer um resultado satisfatório nesta sua guerra pessoal pela vida. O certo é que a partir do primeiro diagnóstico todos que tomam ciência do fato, iniciam intimamente uma contagem regressiva de tempo de vida do doente.</div>
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Não são poucos os casos de pessoas aparentemente saudáveis que após "exames de rotina" descobrem doenças até então despercebidas, vindo a falecerem em pouco tempo. Infelizmente, ficam com suas vidas muito mais abreviadas do que se continuassem na mais completa ignorância sobre seus sintomas muitas vezes nem sentidos.<br />
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Tudo isso lembrou-me o velho ditado que diz que<i> um homem prevenido vale por dois</i>. Apesar de confiar muito nos ditados populares, particularmente nunca gostei deste. Ao ouvi-lo pela primeira vez, ainda criança, pensei no que aconteceria se ele passasse numa ponte que suportasse apenas uma pessoa. Certamente não sobreviveria para testemunhar a longevidade dos imprudentes.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-46659283151564015762011-12-12T17:37:00.000-08:002012-03-11T21:00:15.417-07:00O dependente e a instituição<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfKfhfZC16FLG38L83fzV_3FzzNYraBVNaUisPaAQycDmJPwTgMnFl7f43YRcNTib50qr4TtAiCWNt8unwZV0W2BjSD8uT-BrkWYEjuUjjcv4CQmxnBXjL8jGeHcaRC07iwbog36o2Udw/s1600/liberdade+na+pris%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfKfhfZC16FLG38L83fzV_3FzzNYraBVNaUisPaAQycDmJPwTgMnFl7f43YRcNTib50qr4TtAiCWNt8unwZV0W2BjSD8uT-BrkWYEjuUjjcv4CQmxnBXjL8jGeHcaRC07iwbog36o2Udw/s320/liberdade+na+pris%25C3%25A3o.jpg" width="320" /></a></div>
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Os EUA possuem excelentes artistas e, principalmente, roteiristas. Lembro-me que quando criança na década de 70 assistia a algumas séries de televisão criadas nos anos 60 ou 50 sem me dar conta do processo de criação por detrás do programa. Pela tarde, ao voltar da escola, assistia a "Família Adams" e "Os Monstros". Sábado havia o "Banana Split" com seu gênio Shazan, Cavaleiros da Arábia e nos dias de semana, antes da escola, revezava entre "Perdidos no Espaço", "Terra de Gigantes" e finalmente o que mais gostava, "Túnel do Tempo".</div>
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Nesta última série, dois protagonistas eram tele-transportados aleatoriamente ora para o futuro, ora para o passado sem destino ou data certa. Só sabiam onde e quando se encontravam porque sempre chegavam pouco antes de algum acontecimento histórico, geralmente de consequências catastróficas. Mesmo assim era uma diversão.</div>
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Curiosamente nesta semana me senti fazendo parte desta série, pois vi que existe um projeto de lei que, em plena era do movimento anti-manicomial, prevê a internação compulsória do usuário de drogas para que este realize tratamento de <i>cura </i>para sua dependência. Fiquei bastante impressionado como alguém, em pleno século XXI, se propõe a apresentar algo desta natureza. De que forma se dará esta internação, onde ficará internado, quem vai tratá-lo e finalmente, quem vai decidir interná-lo não foi sequer comentado na notícia.</div>
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O retorno ao passado me veio à cabeça devido a lembrança da experiência de um famoso escritor brasileiro que também foi internado em instituição contra a sua vontade. Esse escritor é o Paulo Coelho. Faz algum tempo, vi uma reportagem na qual ele dizia que, quando jovem, seu rigoroso pai a fim de <i>curá-lo</i> do vício da drogas, internou-o em um manicômio. Atualmente sendo o escritor brasileiro mais famoso no exterior e um dos maiores vendedores de livros do mundo, pode-se dizer que, se não houve cura, ao menos esta experiência deve ter servido de inspiração para algumas de suas criações, que eu não saberia dizer quais, pois ainda não tive oportunidade de ler sua obra. Também me lembrei do premiado filme "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicho_de_Sete_Cabe%C3%A7as" target="_blank">Bicho de Sete Cabeças</a>" com a excelente participação de Rodrigo Santoro narrando a história de um usuário de droga com a mesma experiência do Paulo Coelho, mas digamos, menos glamourosa.</div>
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Um dos maiores desafios no tratamento de qualquer dependência é a troca que se oferece ao dependente, ou seja, deseja-se eliminar um prazer que este possui, seja no uso da droga, da comida, do jogo, oferecendo-se <b>nada </b>em seu lugar. Convenhamos que não é muito convincente oferecer nada em troca de um imenso prazer. Ainda mais se levarmos em consideração esta troca sendo oferecida em local que, para quem visita é um sítio paradisíaco, mas para quem se interna é um circo dos horrores, o lugar comum das instituições de internação no Brasil.</div>
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Dependência em comida e em jogo apesar de serem altamente destrutivos ao próprio indivíduo, pelo fato de pouco influenciarem na sociedade ao redor além da própria família, não despertam o interesse de políticos. Caso viessem a apresentar qualquer projeto de lei limitando a obesidade ou valor de apostas, estariam violando a bela democracia invadindo a privacidade de algumas pessoas. Porém, em se tratando de drogas e narcóticos, este ponto de vista não se encontra enquadrado e, independente da privacidade ou vontade do drogado, querem impor-lhe <i>tratamento</i>.</div>
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Mesmo sem saber os reais motivos da apresentação deste projeto de lei, acredito que deve-se ao fato de que o uso de drogas, indiretamente contribui para o aumento da violência urbana, pois fortalece o tráfico e traficantes de drogas. O interessante que o mesmo esforço não é destinado a usuários dependentes de drogas lícitas, (benzodiazepinas - analgesicos, ansioliticos, tranquilizantes e álcool) encontrados regularmente nas farmácias ou botequins, cujo uso é patrocinado pela indústria farmacêutica ou de bebidas com ajuda do maravilhoso marketing. Ao menos estas indústrias pagam, e bem, os devidos tributos pela produção de suas <i>drogas</i>.</div>
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Freud, o pai da Psicanálise, era dependente de seus amados charutos e este seu vício no tabaco resultou num câncer na garganta que provocou-lhe dores horrendas. Ao longo de sua vida, antes mesmo do surgimento desta doença, foi por diversas vezes aconselhado a deixar o fumo, porém em todas as ocasiões encontrou justificativas para continuar seu uso. Coincidentemente ele acabou sua amizade com todos que lhe sugeriram abandonar seu vício. Ou seja, o nível de inteligência não diferencia os dependentes e a sugestão ao dependente por meio de palavras além de não muito eficaz pode significar o fim de longa amizade.</div>
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A droga ou qualquer outro vício, inclusive o vício de se fazer sexo com crianças, no caso do pedófilo, representa um prazer ao indivíduo. O tratamento, conforme dito anteriormente, sugere o fim deste prazer sem nenhuma outra vantagem, daí a enorme dificuldade de se alcançar um sucesso. Os motivos que levaram o indivíduo a tornar-se dependente, para a psicanálise, vem de tempos remotos, especificamente na fase oral do desenvolvimento psíquico ainda na primeira infância do sujeito. Indivíduos com fixação nesta fase oral tornam-se muito mais suscetíveis ao vício que os demais. Crianças que obtiveram imenso prazer durante sua amamentação, no futuro, em condições favoráveis, poderão retornar à mesma fase de dependência. É comum ao alcoólatra ser tratado como criança, dizermos que está <i>mamado</i> tal qual um bebê em vez de <i>bebido</i>.</div>
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Quanto ao tratamento desta dependência, ela até pode ser sugerida por uma autoridade, pelo pai, pela mãe ou amigos do dependente, mas é algo que "depende" exclusivamente da vontade daquele que irá se submeter ao tratamento. Se o próprio dependente não quiser se tratar voluntariamente, a melhor instituição não irá convencê-lo de abandonar seu vício, mas apenas o cerceará enquanto ele estiver em ambiente restrito e vigiado. Tão logo deixe o recinto, voltará ao objeto que tanto lhe proporcionou prazer.</div>
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Em relação à cura propriamente dita, há duas maneiras de fazê-la: uma delas seria através da <b><a href="http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/mecanismosdedefesa.html" target="_blank">sublimação</a></b>, ou seja, direcionar a pulsão do indivíduo para um alvo não-sexual, incentivando-o a exercer atividades artísticas ou voltadas para a religião, para o esporte, para a participação ativa em grupos do tipo AA - Alcoólatras Anônimos ou NA - Narcóticos Anônimos. A outra maneira de se resolver, seria entrando no túnel do tempo daquela série que falei acima e orientar os pais do sujeito a tornarem-se mais presentes em seu crescimento além de os alertarem sobre os perigos do excesso de mimos na criança durante a fase oral. Podia-se ainda aproveitar a mesma viagem ao passado para eleger melhores políticos.<br />
<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-86389103993815074002011-07-19T14:48:00.000-07:002011-12-25T15:04:34.950-08:00O Neo-Superego<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDf3xSJ381n0qMR3lunjKjtvQDP-hEnpfRaFKC9OPUlyC-NFOd_8b5a-asCAWhCNT_g-j9-p3D9_YsZYT-tNPoKo48Jv1NeYPSumnLN8cbdajmn3r4M6YDsj7wHNVS9duckOvEyhn-yak/s1600/ciumes3.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5631208472840297122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDf3xSJ381n0qMR3lunjKjtvQDP-hEnpfRaFKC9OPUlyC-NFOd_8b5a-asCAWhCNT_g-j9-p3D9_YsZYT-tNPoKo48Jv1NeYPSumnLN8cbdajmn3r4M6YDsj7wHNVS9duckOvEyhn-yak/s320/ciumes3.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 104px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
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Freud até tentou dissertar sobre os problemas cotidianos capazes de provocar uma neurose no adulto. Acabou abandonando esse estudo sem dar maiores explicações. Muito provavelmente percebeu que as situações cotidianas formadoras das neuroses, ditas atuais, na verdade encobriam problemas solidificados na infância e que apenas se manifestavam a partir de uma situação ou fato provocador.</div>
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Assim como Freud, também acredito que nosso aparelho psíquico é formado a partir do berço, ainda ao nascermos. Como já dito algumas vezes neste mesmo espaço, creio na pré-determinação do ser humano, sendo o adulto apenas uma resultante das situações e conflitos vivenciados anteriormente. A depressão, a esquizofrenia, o autismo, são exemplos de psicoses adquiridas na fase inicial da vida. É claro que há controvérsias acerca desta afirmação e, comumente, o mundo costuma pensar de forma completamente diferente deste autor.</div>
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Também já deixei explícito que o Complexo de Édipo é de fundamental importância para a formação da sexualidade do indivíduo, e sua resolução é formadora de nosso superego. Daí surgem nossas normas, diretrizes e limitações. Entretanto, ultimamente tenho presenciado exemplos onde um novo superego também é formado em idade adulta, contrariando todos os conceitos que possuía sobre este assunto, tal qual a teoria psicanalítica.</div>
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Observo cada vez mais um fenômeno surpreendente em casais onde o forte ciúme está presente. Apesar de boa parte das mulheres serem ciumentas, a pressão que elas exercem sobre seus cônjuges não chega a ser suficiente para promover uma mudança de atitude ou personalidade deste par. Porém quando o ciúme desmedido se dá por parte do homem, a relação torna-se patológica caracterizando-se como sado-masoquista na qual o marido é o sádico e a mulher, masoquista. Ambos sofrem demais por causa deste ciúmes, mas mesmo com este componente extremamente desagradável, o relacionamento do casal pode se estender por anos. </div>
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Uma relação assim é, na realidade, bastante precária e por mais que ela se sustente, em algum momento torna-se insuportável culminando com a separação do casal. A mulher, que era alvo constante de um ciúmes doentio e sem fundamento, sente-se aliviada com o término do relacionamento que a escravizava e a fazia dar satisfação sobre todos os seus contatos ou destinos. Agora livre, leve e solta, passa a gozar de uma liberdade que jamais experienciou enquanto casada. Entretanto, findo o casamento, marcas profundas ficam nesta mulher. Aparece um novo fenômeno que chamo de <span style="font-style: italic;">neo-superego</span>. </div>
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Geralmente mulheres com este histórico não conseguem voltar tão cedo a um novo relacionamento ou gozar de uma vida sexual saudável. Sentem-se ainda como estivessem sendo observadas pelo ex-marido mesmo já não tendo nenhuma relação estável ou obrigação para com o mesmo. Por motivos aparentemente desconhecidos, elas possuem uma enorme necessidade de manterem-se fiel à antiga relação a fim de não justificarem o ciúmes exacerbado do qual eram vítimas. O término do casamento marca a internalização da figura do ex-companheiro, tal qual a resolução do Édipo culmina com a surgimento das figuras parentais em nosso aparelho psíquico. É esta internalização do ex-companheiro e de seus conceitos patológicos que caracteriza o surgimento do neo-superego.</div>
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Infelizmente pelo lado masculino, o fim deste relacionamento em vez de significar uma mudança, significa o início de outra relação doentia em que haverá uma nova vítima.</div>
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O mundo evolui, nossos conceitos evoluem com o mundo. Não podemos parar no tempo a fim de não corrermos o risco de sermos atropelados pela história. A última novidade que li foi o reconhecimento pelo STF da validade jurídica da relação entre parceiros do mesmo sexo. Uma situação nova que ainda deverá ser bastante apreciada pelo legislativo, haja vista uma série de novos contenciosos que irão surgir a partir desta união.</div>
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Se a igreja apostólica romana permitisse o casamento de sacerdotes, primeiro haveria a discussão sobre a conveniência deste casamento e depois de aceito, discutiríamos se o sacerdote poderia se divorciar, ou seja, os problemas aparecem de acordo com a evolução das relações. Neste caso da relação homo-afetiva isto não será diferente. Agora que foi reconhecido oficialmente, iremos nos deparar com a próxima questão: Poderia este tipo de casal adotar uma criança? Quais as implicações desta adoção?</div>
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Não poderia deixar de citar exemplos cinematográficos para ilustrar este tema. Dois deles me vieram a cabeça apesar de conhecer muitos outros casos. O primeiro é o filme australiano "Priscilla, a rainha do deserto". Com uma excelente trilha sonora este filme retrata o cotidiano de artistas <i>drag queens</i> que realizam uma excursão tipo "Bye bye Brazil", porém na terra dos cangurus, a Austrália. Entre os protagonistas, assumidamente gays, havia um que tivera um filho fruto de uma antiga relação <em>normal</em>.</div>
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No decorrer do filme ocorreu o encontro entre este pai e seu filho, que não o conhecia, tendo sido encarado com extrema naturalidade por parte do adolescente. Ao final, o cão ladrou e a caravana partiu com um novo componente, o filho, cuja heterossexualidade aparentemente encontrava-se definida.</div>
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O outro exemplo assisti por um acaso hoje a tarde. Trata-se de um desenho adulto de nome original "Family Guy" com tradução por aqui para "Família da Pesada". Este desenho com temas bem adultos, frequentemente choca grande parte de seu público com piadas politicamente incorretas, zombando de negros, judeus, deficientes físicos e mesmo de diversos artistas.</div>
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No episódio que vi, o pai de um dos mais devassos personagens do desenho, resolve assumir e declarar-se definitivamente como sendo homossexual realizando uma cirurgia de mudança de sexo. O filho, sexista e mulherengo de hábitos sexuais extremamente bizarros, ficou bastante desapontado uma vez que achava que seu talento com as mulheres era fruto de herança genética. Apesar das dificuldades em aceitar àquela situação, reconheceu o direito a autonomia paterna e a vida continuou.</div>
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Os exemplos citados acima nada tem a ver com a adoção de crianças que começamos a discutir lá em cima, mas trata indiretamente deste assunto bastante delicado, pois abordou a visão e posição do filho perante o pai homossexual. </div>
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Qual então o ponto de vista psicanalítico sobre a adoção e quais consequências poderiam haver se o casal homo-afetivo adotasse uma criança?</div>
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Assim como os bebês de proveta, muito provavelmente os primeiros filhos adotados por casais homo-afetivos despertarão a atenção da imprensa sensacionalista ou de alguns líderes religiosos em busca de audiência e controvérsias, porém em pouco tempo perderão o interesse da população em geral, e consequentemente, sairão dos holofotes da mídia. </div>
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Do ponto de vista psicanalítico, lembro-me ter falado num tópico anterior de que para Freud a sexualidade não se resumia aos genitais, ao sexo masculino ou feminino. Para ele haveria sim uma <i>atividade </i>ou <i>passividade </i>sexual. E como qualquer casal, um dos parceiros representaria a <i>atividade</i> sendo que o outro, a <i>passividade</i>. Comumente relacionamos a atividade ao homem e a passividade à mulher, exato o que a criança irá enxergar em seu cotidiano. Um parceiro representará simbolicamente a mãe enquanto o outro representará o pai.</div>
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Logo, o Complexo de Édipo, primordial para a definição da sexualidade da criança, ocorrerá da mesma forma que em qualquer outro lar. Se equivoca quem pensa que a criança cresceria com tendências homossexuais, pois concluir isso seria achar que filhos de pais heterossexuais seriam, necessariamente, heterossexuais ou mesmo que pais fumantes produziriam um filho fumante, algo que na prática já percebemos que não funciona.</div>
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No caso de separação contenciosa do casal homo-afetivo, caso haja disputa pela criança, o parceiro que assumiu o lado passivo da relação deveria ter a prevalência em ficar com ela, assim como nos casais heterossexuais, geralmente a mãe tem a preferência. Isto poderia ser detectado em rápida entrevista por psicólogos forenses que instruiriam o processo a fim de subsidiar a decisão judicial.</div>
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De qualquer modo, uma vez adotada, a criança provavelmente estará melhor assistida do que se fosse mantida numa instituição.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-22412691477598065102011-04-14T18:14:00.000-07:002011-12-20T06:51:00.658-08:00A Psicanálise e o Código Penal<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOC9Blhyphenhyphene7A1K71zTMbR1YmSW9fjW3kTZ13rHEcDn3EBLG8MFeaSknJqUQrnXQHwop6Ljtjql6GFaQ94i8IS8YpF3gSfrlpO4T8YnFF7dHQuyqUTeqEmx-HyAvvS6M4JsBl0xyO4cHNN0/s1600/o-grupo.jpg"><img alt="Grupo Bombando - www.bombando.com.br" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5595656245903242226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOC9Blhyphenhyphene7A1K71zTMbR1YmSW9fjW3kTZ13rHEcDn3EBLG8MFeaSknJqUQrnXQHwop6Ljtjql6GFaQ94i8IS8YpF3gSfrlpO4T8YnFF7dHQuyqUTeqEmx-HyAvvS6M4JsBl0xyO4cHNN0/s320/o-grupo.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 239px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 260px;" /></a><br />
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No post anterior que versava sobre livre arbítrio, nada falei sobre a vida na civilização. A conclusão que cheguei foi que o livre arbítrio é apenas ilusório, ou seja, todos somos livres para fazermos o que bem queremos, desde que o que fizermos, além de superar as barreiras impostas por nosso inconsciente, esteja permitido nas normas da civilização. De outra forma, se todos arbitrassem livremente suas vontades, a vida nas grandes cidades seria intolerável e tudo se transformaria num imenso caos. E em assim estando, é facilmente previsível que em pouco tempo iria faltar mantimentos ou outros produtos básicos e nesta hora, movido pelo princípio da realidade ou necessidade de sobrevivência, qualquer ser humano faria coisas que em condições normais jamais pensaria ser capaz de fazer. </div>
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Percebemos então que nossas atitudes podem ser condenáveis ou não, dependendo apenas da ocasião em que nós a tomamos: durante uma guerra podemos matar outro ser humano enquanto que no dia seguinte ao fim desta mesma guerra, o ato de matar seria uma atitude condenável. Em tempos de paz, apesar de não aparentar, nosso comportamento é influenciado por diversos fatores sem que notemos essa influência. Como exemplo, podemos dizer que muitas pessoas comem uma asa de frango com a mão em determinado restaurante e num outro, mais requintado, esforça-se para <em>degustar </em>da mesma iguaria com garfo e faca.</div>
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Comer uma asa de frango de uma ou outra maneira representa um gesto totalmente inocente, onde as conseqüências deste ato se restringem apenas àquele que comeu ou que tanto se esforçou para parecer aquilo que não é. Porém nem todas as mudanças de comportamento parecem ser tão inofensivas quanto esta de deglutir o pobre de um frango.</div>
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Nos casos citados acima, o superego do sujeito trabalha de formas distintas. Numa guerra em que se visa primordialmente a sobrevivência, o fato de matar alguém não é, propriamente, um ato condenável, mesmo que o matador tenha crescido em um ambiente religioso e escutado por toda vida que matar é pecado. Já no restaurante, apesar de plena convicção da inconveniência em se comer determinados alimentos com garfo e faca, na tentativa de aparentar pertencer a aquele ambiente, o superego é anulado totalmente para que o sujeito incorpore o superego comum do grupo frequentador daquele local refinado. Concluímos então que as pessoas, mesmo nós, podem alterar seus padrões de comportamento de acordo com o momento histórico ou ambiente a fim de se sentir enquadrada.</div>
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Se isso acontece com os adultos que possuem uma formação psíquica mais sólida, o que não dizer do jovem. O jovem adolescente, de qualquer etnia ou classe social, faz coisas em grupo que jamais faria quando sozinho. Em grupo ele é capaz de queimar um índio, espancar homossexuais ou prostitutas, destruir o patrimônio público, envolver-se nas mais ferozes brigas e até mesmo praticar o bullying. Quando fora do grupo transforma-se em um ser absolutamente normal, queridinho por todos da família, incapaz de fazer mal e muito menos capaz de cometer atrocidades. </div>
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Podem até haver outros motivadores que induzem um pacato ou inocente indivíduo a cometer um crime, mas nada fica tão patente quanto a influência do grupo. O mais irônico é que nesses casos, além da condenação pelo crime em si, quando em grupo, o réu costuma ser condenado por formação de quadrilha também.</div>
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E longe de ser favorável à impunidade, durante o julgamento de crimes realizados nessas condições, nossa gloriosa Justiça deveria levar em consideração como sendo atenuantes, determinados elementos que contribuíram para que o crime fosse cometido. Porém muitas vezes atiçada pela imprensa ou promotores preocupados em repercutir na mídia, esses mesmos fatores atenuantes na realidade acabam agravando a pena de quem pecou.</div>
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De forma alguma os argumentos levantados por este autor servem para justificar a prática de um crime ou de um simples ato maldoso. Todo crime cometido deve ser devidamente penalizado com os rigores da lei. Entretanto a Justiça, que em nosso país tem como representação a figura do excelentíssimo todo poderoso juiz de direito, deveria observar estes aspectos psicanalíticos da participação em um grupo quando determinar a sentença dos culpados, individualizando a pena de cada membro. Na maioria dos casos, se não houvesse o grupo, muito provavelmente não haveria o crime nem criminosos e muito menos a vítima.</div>
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Agora peço licença para dar um passeio. Tomara que eu não cruze com um grupinho na rua. :)</div>
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Na última semana em meus passeios pela internet, avistei uma notícia interessante. O título era <a href="http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/a-ciencia-e-a-filosofia-do-livre-arbitrio-29032011-7.shl">A ciência e a filosofia do livre arbítrio</a>. Confesso que não me aprofundei no texto como deveria, pois desanimei ao ver seu tamanho. Neste mundo contemporâneo em que me encontro, baseado na rapidez, no Twitter ou Orkut, ler algo maior que uma página só por obrigação ou para subsidiar alguma tese de mestrado. Ou então quando tiver tempo sobrando, como foi o caso.</div>
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Exageros à parte, achei a matéria extraída do New York Times um tanto confusa além de complexa, já que em sua conclusão não entendi se existia ou não o livre arbítrio. Foram abordados pontos de vista neuro-psicológicos sobre o tema haja vista a existência de pesquisas nas áreas da neurociência e da psicologia. Os aspectos inibidores do livre arbítrio não foram considerados por trata-se de fatores externos ao indivíduo, como regimes políticos entre outros, pois afinal ninguém tem culpa de não viver em país democrático. Ao mesmo tempo, vários conceitos filosóficos foram colocados em pauta, apesar de não conhecer muito bem o trabalho dos filósofos citados na matéria em questão.</div>
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Pelo fato de ter sido escrito nos EUA, o texto ignorou solenemente filósofos e psicólogos conhecidos mundialmente, restringindo-se à opiniões de <em>renomados</em> profissionais oriundos da terra do Tio Sam. Não posso negar que admiro bastante a ciência, tecnologia e, principalmente, a importância creditada à educação daquele país, mas decepciono-me com o hermetismo de sua cultura geral que muitas vezes se demonstra incapaz de enxergar um pouco além de suas próprias fronteiras. Apesar de viverem na maior potência da terra, os cidadãos comuns americanos costumam ser ridicularizados mundo afora por desconhecerem completamente, não só a geografia, como também a cultura e civilização alheia. Nosso sistema métrico não existe por lá, o número do sapato ou roupa é diferente do daqui, o baseball ou futebol americano são verdadeiras paixões e quem inventou o avião foram os irmãos Wright, pois até os dias de hoje parecem não ter ciência do nascimento de Santos Dumont.</div>
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Entretanto, minha admiração por aquele país não diminui por causa desses <em>detalhes</em>, mas num artigo versando sobre filosofia, psicologia e livre arbítrio em que não se fala de Descartes, Freud e inconsciente, sinceramente, não posso considerar o texto relevante mesmo ele tendo sido publicado no New York Times.</div>
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No século XVII, Descartes, através de seu singelo Discurso do Método, fez história e revolucionou a Filosofia resgatando esta ciência do obscurantismo ao qual se encontrava desde a idade média. Escrevia de forma simples e suas escritas eram tão lógicas que qualquer cidadão de bom senso poderia lê-las e, melhor, entendê-las. A partir de então a lógica e a razão foram os princípios filosóficos dominantes por séculos e qualquer sujeito que se utilizasse deste racionalismo cartesiano seria capaz de fazer qualquer coisa. Por analogia, imaginamos o livre arbítrio como sendo a vontade do sujeito racional de Descartes, basta querer para se fazer.</div>
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Muitos de nós tem virtudes, porém os defeitos são persistentes por mais força que façamos para elimina-los. Se fosse fácil acabar com os defeitos da gente, se apenas a razão reinasse em nossas mentes e tivéssemos muita vontade, não precisaríamos de milhares de dietas diferentes para emagrecimento, bastariam um ou dois métodos para deixar de fumar ou ingerir bebidas alcoólicas e até mesmo algumas poucas receitas para desistir definitivamente do uso de drogas seriam suficientes. Isso sem falar no grande esforço realizado por pessoas acima de quaisquer suspeitas em abandonar constrangedoras manias que, se divulgadas, seriam consideradas bizarras pelos seres humanos ditos <em>normais</em>. Mudar a nós mesmos parece ser mais difícil do que a vã filosofia apregoa, mesmo quando não há impedimentos aparentes.</div>
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Este fato confirma a <em>perigosa </em>teoria Freudiana de que o homem não é movido pela razão ou própria vontade, mas sim por seu inconsciente. Ele é movido por uma força aparentemente adormecida, mas que na verdade está próxima da ebulição. E sendo o inconsciente moldado durante a infância de todos nós, podemos dizer que o homem é um ser pré-determinado onde seus atos ou palavras são dependentes de sua evolução psíquica e não resultante de sua cultura, aprendizado ou pretensa vontade. Ou seja, para Freud, o homem racional de Descartes foi sepultado.</div>
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Portanto, para a Psicanálise, o livre arbítrio não passa de mera ilusão.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-42313280835451077152011-03-22T16:54:00.000-07:002012-08-29T07:38:10.724-07:00A cura do homossexualismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1qt8753_as2DdJz2zcvk9I_nOgahsmrjpdgfd1IG6CHyYz80bfMmovYt0m2RUDBCZ1iwtmqQC3P9s7RXdHkEQAjgyWSuAQ_mcG_vdDSvLbT4Vf8Aa38kXubYZ_rfqOpmFEgCyB5jRdeM/s1600/macho2_thumb.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5587108954119409506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1qt8753_as2DdJz2zcvk9I_nOgahsmrjpdgfd1IG6CHyYz80bfMmovYt0m2RUDBCZ1iwtmqQC3P9s7RXdHkEQAjgyWSuAQ_mcG_vdDSvLbT4Vf8Aa38kXubYZ_rfqOpmFEgCyB5jRdeM/s200/macho2_thumb.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 190px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 200px;" /></a><br />
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Muitos acontecimentos interessantes ocorreram no mundo enquanto este blog manteve-se estático. Houve o terremoto no Japão, a visita do Obama, mas agora irei escrever sobre algo que li recentemente em alguns sites da internet. Um aplicativo para iPad ou iPhone disponibilizado pela Apple, destinado a <span style="font-style: italic;">curar </span>o homossexualismo vem causando muita polêmica. O simples aparecimento do software suscitou calorosos debates em diversos fórums pelo mundo, sendo a imensa maioria contra o curioso método. Mas será que existe mesmo cura para isto?</div>
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Já ouvi centenas de teorias acerca do surgimento da homossexualidade. Boa parte delas credita à genética seu aparecimento. Outra parte diz que sua origem é comportamental ou cultural e, até então, praticamente nenhuma corrente afirma haver reversão pare este quadro, ou seja, garantem existir ex-fumante, ex-alcoólatra, ex-drogado, mas não existe um ex-homossexual. Para não dizer que nunca ouvi falar sobre isso, lembro-me de ter assistido na TV num programa de um pastor da igreja universal do bispo macêdo em altas horas da madrugada, o testemunho de um ex-homossexual que se dizia curado desta sua <em>doença</em>. Após frequentar os cultos e orar com bastante afinco, de repentemente enxergou-se um sujeito <em>normal</em> voltando a ser heterossexual, como Deus bem sempre quis.</div>
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Sinceramente não saberia dizer onde Deus entra nesta história da homossexualidade, até porque praticamente não existe referência no Evangelho ou Antigo Testamento sobre este tema. Jesus apenas disse: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", uma frase bastante genérica que destina-se a todos incluindo aí os homossexuais. O Antigo Testamento versa sobre a destruição de duas famosas cidades, Sodoma e Gomorra. É provável que seja a citação mais explícita sobre sexo genital encontrado naquele livro, mas a condenação às cidades não era propriamente devida ao homossexualismo, mas sim ao excesso de luxúria de seus habitantes independente de suas orientações sexuais.</div>
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Veio-me à cabeça esta passagem porque no último domingo assisti na TV a um filme divertido cujo nome, traduzido, era "Ano Um". A história iniciava no tempo das cavernas e contava a saga de uma dupla de trapalhões que foi expulsa de sua tribo porque um deles comeu um <em>fruto proibido </em>da árvore sagrada. No exílio durante a peregrinação, tornaram-se co-adjuvantes de algumas das histórias do Gênesis, presenciando o assassinato de Caim por seu irmão Abel até chegar às orgias de Sodoma.</div>
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Quanto à homossexualidade e suas ligações com a Psicanálise, sinceramente, de longe as singelas explicações lançadas por Freud em seu livro "Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade" são as mais plausíveis das quais me deparei até os dias de hoje. Este livro é considerado um dos mais importantes escritos por Freud tendo sido publicado antes mesmo de lançadas algumas das bases de sua ciência, portanto cabe aos leitores fazer a correlação com a teoria psicanalítica formulada posteriormente. É importante salientar que o texto visa trazer entendimentos sobre a formação sexual do indivíduo em situações corriqueiras do dia a dia excluindo-se aí os casos extremos.</div>
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Segundo o livro, o Complexo de Édipo é determinante para a escolha definitiva da sexualidade, principamente a masculina. Na resolução ou encerramento deste complexo, é fundamental que haja uma interdição paterna, ou seja, o pai ou sua representação simbólica, deve frear o intenso interesse do filho em disputar com ele os carinhos e atenção da mãe, sua mulher. Essa interdição quando ocorre, gera no menino o denominado complexo de castração pelo fato dele ter medo de perder seu pênis na disputa pelo amor de sua mãe. Isto faz o menino deixar de ser um competidor para transformar-se em aliado do pai, admirando-o e querendo ser exato como ele é. É o tal negócio, se não pode com ele, junte-se a ele. Quando vemos o filho usando a mesma camisa do time de futebol do pai e o achando o melhor homem do mundo, podemos dizer que já houve a resolução do Complexo de Édipo para este garoto e sua sexualidade já está definida tornando-se heterossexual após período de latência.</div>
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Pode ocorrer, porém, que na relação Pai x Mãe, a personalidade da mãe seja mais ativa e dominante tendo o pai uma personalidade fraca ou ausente, estando no polo passivo da relação. Neste caso o pai ou alguém que o representa, seria incapaz de frear o interesse do menino em obter o amor de sua mãe. A criança cresce admirando sua progenitora, passando a ser igual à ela. Num futuro, por questões de tabú para evitar tornar-se tal qual o Édipo que teve relações com sua própria mãe, a criança transforma-se em homossexual.</div>
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Nesses dois parágrafos anteriores está um resumo bastante simplificado do desenvolvimento sexual masculino. A formação da sexualidade feminina, apesar de também depender do Complexo de Édipo, é bastante diversa dos casos contados acima. Conforme perceberam, não há influências da genética e nem do comportamento, mas sim do pai e mãe. Porém é importante aprofundar-se na Psicanálise para compreender melhor estas teorias, pois ao ouvi-las pela primeira vez dificilmente concordaremos com ela. Na realidade, para Freud nunca existiu o conceito de heterossexualidade ou homossexualidade mas sim de atividade ou passividade sexual. Neste quesito, ele encontrava-se há muitos anos na nossa frente quando o assunto era sexualidade.</div>
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Agora busquemos em nossas lembranças casos conhecidos de amigos homossexuais, verificar sua formação e família para constatar se eles se enquadram ou não nesta teoria descrita acima. Em síntese, o homossexual possui uma mãe com personalidade mais forte que o pai ou um pai ausente. Pesquisemos então apenas por curiosidade, pois não fará a menor diferença.</div>
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Quanto ao aplicativo para <em>curar </em>homossexuais, ahh... nada demais. Se fosse pago deveriam devolver o dinheiro, pois certamente não iria funcionar.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-5156201955664672532010-09-04T08:12:00.000-07:002011-12-20T07:53:47.345-08:00A Origem da Esquizofrenia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAluIGDNJEdFQNkoSb09hWNMb06Kb2EWFOGVEnvrkEMzF2Lr-BWZbAdTP3Qo9czpRsiW0hiAhR3mg5C91qtF-I59LAGwvB1m46_72-D5U774D7YocPcRgaTdsUSSlMGpM9C6kzH0yIaoc/s1600/o_grito.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5513157175681108562" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAluIGDNJEdFQNkoSb09hWNMb06Kb2EWFOGVEnvrkEMzF2Lr-BWZbAdTP3Qo9czpRsiW0hiAhR3mg5C91qtF-I59LAGwvB1m46_72-D5U774D7YocPcRgaTdsUSSlMGpM9C6kzH0yIaoc/s320/o_grito.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 288px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 218px;" /></a><br />
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Dentre as doenças mentais, a esquizofrenia é a mais clássica. Conhecida há centenas de anos constando até das narrativas bíblicas, esta doença conseguiu atingir grandes mestres da arte, da ciência, da literatura e, infelizmente, ditadores e alguns líderes políticos da humanidade.</div>
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A ciência médica vem pesquisando este transtorno há bastante tempo, logicamente buscando encontrar nos genes, no DNA ou em qualquer outro componente orgânico, a sua origem. Até o momento há apenas especulações assim como também há em todas os demais transtornos ditos psiquiátricos, impondo tratamentos baseados na administração de calmantes ou outras drogas dopantes da mente do pobre coitado do doente. Sem querer desmerecer os achados e avanços científicos, digo apenas que mais uma vez a medicina não encontrará as causas deste mal dentro dos laboratórios ou hospitais.</div>
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A esquizofrenia é tipicamente um mal ocasionado pela cultura e forma de vida. Geralmente predomina em países capitalistas cuja competição entre os membros da sociedade se fazem presentes, o que vem de encontro com informações postadas anteriormente onde mencionei que a Psicanálise independia da cultura. Tentemos então entender como se dá esta influência.</div>
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Antes, ao caracterizarmos este transtorno, precisamos dizer que há vários níveis de esquizofrenia, alguns dos quais imperceptíveis ao olhar desatento. Porém, basicamente, apresentam sintomas comuns como um egocentrismo caracterizado pelo total desprezo aos problemas alheios muitas vezes denotado por puro desinteresse e silêncio. Paranóia aparece nos casos mais adiantados, onde há uma completa mania de perseguição. Outro sintoma clássico é a teoria da conspiração, ou seja, existe a elocubração e crença de planos mirabolantes com um único objetivo de prejudicar a ele ou uma categoria a qual simpatiza. Existe também plena literalidade do sujeito, onde este na maioria das vezes se demonstra incapaz de compreender metáforas, indiretas, seguindo ordens ao pé da letra. Porém o sintoma mais evidente e esteriotipante é a presença de alucinações visuais e, principalmente, auditivas. Estas últimas alucinações ou vozes do além, de um modo geral, denigrem e menosprezam àquele que as ouve.</div>
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Finalmente entrando no campo psicanalítico, podemos dizer que esta voz nada mais é que a voz de seu pai, internalizada durante os primeiros anos de sua vida que ressurgem desta forma a partir da adolescência ou início da fase adulta. Portanto, mais que uma mãe, o esquizofrênico possui sim um pai esquizofrenizante e uma mãe quase omissa, pois é incapaz de barrar e exagerada exigência paterna.</div>
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O aspecto cultural está presente no espírito competitivo do pai em possuir um filho, geralmente o primogênito, superior às demais crianças desde tenra idade. Apesar da melhor das intenções, a forma precipitada de despertar a capacidade do filho, cujo aparelho psíquico encontra-se em elaboração, pode não ser a melhor das estratégias e nem se dar na forma adequada. Portanto, este filho não estando ainda resistente aos apêlos ou reclamações, interpreta o menor dos incentivos dito de uma forma menos delicada como um insulto ou reprovação. Exato o que virá a escutar em seu futuro, na forma de vozes temebrosas em sua cabeça.</div>
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Quando na vida do esquizofrênico não há evidências de seu transtorno, o aparecimento da doença ocorre, geralmente, após trauma sofrido, fator este desencadeante de seu mal. A partir de então, os sintomas tornam-se claros ocorrendo também, neste momento, a regressão psíquica. O retorno psíquico vai até os momentos mais agradáveis de sua vida, que no caso do esquizofrênico se dava antes de seu relacionamento com o exigente pai. Desta forma ele volta aos níveis primários de seu desenvolvimento, onde ainda era tratado como bebê. E é exatamente como ele passa a ser criado depois de adulto, como alguém que necessita de cuidados muito básicos, tendo suas vontades e extravagâncias toleradas por todos ao redor, exatamente como uma pequena criança, totalmente irresponsável.</div>
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Há muitos esquizofrênicos bem sucedidos em suas empreitadas. O cinema nos revela inúmeros casos de genialidade, seja na música (Shine) ou na matemática, filmes que geralmente envolvem superação e, sistematicamente, a presença de um pai bastante atuante em detrimento da omissão materna. Talvez seja coincidência, talvez apenas teoria. O fato é que nenhuma criança esta pronta para ser uma vencedora até o momento em que ela saiba o que é vencer e, principalmente, saiba que a derrota nada mais é que consequência de uma disputa. Nos Estados Unidos há um termo comum e humilhante para denominarmos um perdedor, que é <em>looser</em>. Entre mortos e feridos todos sobrevivem, por este motivo, mesmo um <em>looser</em> pode vir a se tornar um <em>winner</em>. Aliás, melhor ser um <em>looser</em> que um <em>crazy</em>.</div>
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Nas últimas semanas tenho presenciado no noticiário, quase que em tempo integral, reportagens sobre homicídios cometidos contra mulheres, seja ex-mulher, ex-namorada ou mesmo ex-amante. Diversos são os motivos destes crimes e o que mais impressiona, e portanto causa mais revolta à população, é que pessoas aparentemente sem problemas mentais, financeiros e bem sucedidas cometeram os graves delitos.</div>
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Apesar deste tipo de crime acontecer desde os tempos da caverna, o primeiro que despertou interesse da mídia foi o assassinato de Ângela Diniz, conhecida como Pantera de Minas em Búzios, cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1976. Lembro-me que por muito tempo o local onde ocorreu o fato era ponto turístico daquela cidade. Há alguns anos houve o assassinato da namorada de um diretor de um grande jornal de São Paulo que, talvez pelo corporativismo da imprensa, não obteve tanto destaque, e mais recentemente um outro caso semelhante ocorrido em São Paulo onde um advogado matou a namorada que o abandonou, escondendo seu corpo numa lagoa junto com seu automóvel. Há também o caso do goleiro Bruno que não se assemelha a estes anteriores, mas configurou-se numa violência explícita contra a mulher e teve a mesma motivação psíquica.</div>
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O que leva pessoas absolutamente racionais e inteligentes, de forma pré-meditada ou repentina, cometer um assassinato sem pensar nas conseqüências advindas deste crime? Quais as características comuns a estas pessoas? O que posso falar é que elas são sensíveis à frustrações, ou seja, não se conformam com uma perda e não conseguem conviver com a derrota. Logicamente que há outros componentes como o ciúmes que já foi tema abordado num post anterior. Este ciúmes fatalmente se revelou ao longo da relação, mas como também já dito, costuma ser errôneamente confundido como "excesso" de amor.</div>
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Outra característica comum a estes sujeitos seria que seus <i>princípios do prazer</i> superam, de longe, seus <i>princípios da realidade</i>. Isto é algo difícil de ser constatado, pois o homem para ser bem sucedido profissionalmente deve, no mínimo, realizar um planejamento à longo prazo, o que parece ser uma incoerência. O imediatismo inerente às pessoas regidas pelo <i>princípio do prazer</i>, fica evidente quando querem resolver seus problemas rapidamente, incluídos aí os problemas afetivos mesmo que a solução não seja a mais adequada.</div>
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Porém é a obssessividade a força dominante que norteia o comportamento compulsivo do assassino fazendo-o suplantar toda a racionalidade desprezando as barreiras impostas pelo ego e super-ego a ponto de cometerem o crime. Entretanto, o alívio psicológico proporcionado pelo seu ato de violência é demasiado e compensador, fazendo com que suportem tranquilamente as conseqüências que, por ventura, virão. </div>
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Eles podem viver sem liberdade, sem riquezas mas não podem viver com o término de sua relação, principalmente enquanto a ex estiver viva. Se durante a relação ocorresse uma morte casual da parceira, esta perda seria facilmente absorvida por qualquer destes sujeitos que seguiriam com suas vidas sem percalços, provavelmente com outro <i>amor</i>. Mas a separação é insuperável e insuportável, daí pensamentos terríveis sobre o fim do caso inflacionar suas mentes, não permitindo a este indivíduo apresentar qualquer produtividade em seus trabalhos ou relaxamento em seus descansos enquanto não "resolverem" seus problemas.</div>
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Por esta obssessão, podemos presumir que a personalidade deste tipo de homicida é predominada pela fase anal. Talvez esta obssessividade, muitas vezes disfarçada de persistência, explica o sucesso profissional de alguns deles. Os atos criminosos cometidos são frutos da péssima elaboração de uma perda recente, ou seja, acontece em pouquíssimo tempo após o evento frustrante e motivador do crime. Portanto caracteriza-se como uma espécie de surto temporário psicótico no qual o indivíduo fica cego para outras soluções ou conselhos razoáveis. O crime nada mais é que o fim de um sofrimento psíquico indescritível e que jamais poderá ser entendido ou mensurado por humanos que se acham normais. Não há prevenção para isso, pois pessoas que cometem este tipo de crime não costumam alardear suas intenções. Se o fazem, apenas contam para aqueles que não impedirão seus atos. </div>
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Em se tratando de um casal, ambos costumam fechar os olhos para os defeitos do outro e somente ao final das relações, nos momentos de maior lucidez, caberia às mulheres perceberem nos parceiros os sintomas de uma pessoa capaz de cometer atos violentos. Os sintomas seriam o ciúmes exacerbado, as ameaças verbais caso ela o traísse ou o abandonasse e um possível histórico de violência anterior como tapas, etc... Se o ex-companheiro tem estas características e ainda possui o péssimo hábito de andar armado, melhor não fazer planos para longo prazo.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-44647640314540092072010-01-04T04:07:00.000-08:002011-12-20T10:25:49.518-08:00O Inconsciente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUBw_PGjaN48Um_TTC5BAM7gUi7xY80BLhfL5tDDtDIDAOfETS9lF3sCqPk2uaXeTC-FTlWI-i1hQLlDcdyh8nbOJECUOUu7_AVHHqKvsNId_39hOiG8n-I0Zl0F3-nOQuxTQ4gflG0xs/s1600-h/inconsciente.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5423429601720403522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUBw_PGjaN48Um_TTC5BAM7gUi7xY80BLhfL5tDDtDIDAOfETS9lF3sCqPk2uaXeTC-FTlWI-i1hQLlDcdyh8nbOJECUOUu7_AVHHqKvsNId_39hOiG8n-I0Zl0F3-nOQuxTQ4gflG0xs/s320/inconsciente.jpg" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 180px;" /></a><br />
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Há pouco tempo assisti pela segunda vez ao filme "Freud além da alma" que narra a trajetória de Freud no desenvolvimento de sua teoria psicanalítica. Encontrava-me passeando em Santos, agradável cidade balneária paulista, quando assisti pela primeira vez e a partir daí tornei-me Freudiano. Tão logo voltei para casa no Rio de Janeiro, imediatamente matriculei-me no curso de Psicologia. E pelo fato de não ser mais tão jovem na ocasião, no decorrer das aulas pude fazer diversas associações entre os exemplos citados pelos professores nas mais diversas matérias, com episódios já vivenciados por mim. Percebia que o mesmo não acontecia com a "garotada" da turma que, em sua grande parte, trilhou o rumo dos Recursos Humanos indo trabalhar nas mais diversas empresas pelo país afora.</div>
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A Psicanálise era a mais controversa das abordagens, suscitava muitas discussões e me foi ensinada desde o primeiro período. Confesso que, para mim, não foi de imediato sua aceitação uma vez que assumir esta doutrina significava abrir mão de algumas opiniões e posições já consolidadas. De repente aparecem-me o Complexo de Édipo subvertendo meus conceitos sobre a sexualidade infantil e falando dos desejos mais libidinosos ou pecaminosos inerentes a qualquer ser humano. A castração, a importância do pênis, Ego, Superego e Id também eram novidade, mas foi justamente um dos primeiros assuntos discutidos, a primeira tópica do aparelho psíquico, que definitivamente fez, ao menos para mim, a diferença entre a psicanálise e as demais matérias.</div>
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Freud dividiu o aparelho psíquico em consciente, pré-consciente e inconsciente dizendo ser esta última instância o maior e mais poderoso componente. Marcou aí uma nova era rompendo com o paradigma Cartesiano que dizia que o homem era movido pela razão. Segundo Freud, o homem sendo movido pelo inconsciente deixou de ser dono de si mesmo, perdendo assim sua própria autonomia. Ao criar, defender e provar sua teoria, Freud só não despertou a ira e revolta da comunidade acadêmica de sua época porque poucos o levaram a sério. Ainda hoje, mais de cem anos após suas descobertas, ainda existem milhões de pessoas que, literalmente, discordam de suas idéias.</div>
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O problema do inconsciente é que ele está oculto, ou seja, pouco temos acesso ao seu conteúdo a não ser pelos métodos já descritos como os sonhos, os atos falhos, os chistes e em outros casos raros. Em sua maioria o conteúdo é bastante desagradável, por isso ele se mantém recalcado nas profundezas de nosso cérebro. Aceitar a sua existência é reconhecer que somos guiados por uma força estranha e maior que nossa própria vontade. É exatamente esta força que não permite aos fumantes pararem de fumar apesar deles terem certeza que o fumo faz mal. É a mesma força que faz o pedófilo ter prazer sexual em suas perversões. É a mesma força que faz o atleta falhar no último salto. Uma força inexplicável, abstrata mas concreta.</div>
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A Psicanálise na sociedade atual está condenada ao exílio. Justamente por saber da existência desses desejos inconscientes bastante superiores às nossas vontades, o psicanalista não costuma condenar o outro: o médico que abusava das pacientes sedadas tinha que ter tratamento e não prisão. O pai que atirou a filha pela janela também. O que falar da advogada que simulou agressão mutilando o próprio corpo? São atos e fatos que merecem uma atenção e não condenação. Entretanto a sociedade é incapaz de entender estas fraquezas, entender a motivação que levou todas estas pessoas a cometerem seus pecados ficando chocada com quem não coaduna com os mesmos veredictos. </div>
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Já disse em algum post anterior que para vivermos em sociedade precisamos abrir mão de alguns conceitos e idéias para então incorporar o pensamento dominante do grupo. Essa censura imposta pela comunidade é o preço que o verdadeiro psicanalista paga para se manter na metrópole. Infelizmente a convivência em grupo ou opinião da maioria é garantia de sábias decisões. Há muitos anos atrás durante uma eleição para escolher dentre dois condenados quem escaparia da morte, a grande maioria da população sem titubear escolheu Barrabás a Jesus. Decisão soberana. O engraçado é que nunca mais ouvimos falar no vencedor.</div>
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<a href="http://blogblogs.com.br/api/claim/-465192623/236738/16757" rel="me"> BlogBlogs.Com.Br </a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-72786304861709322682009-12-01T12:13:00.000-08:002011-12-20T11:29:53.559-08:00Será o homem um sujeito pré-determinado?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxUK8yxy6F1QEAeGE2ukYKcZr3DxZkTkp2BgKAHcYuEEJgmwicbcMP9zKT2BnSUZTsP6c5tkNA91YD1SXCfsBlI6mpSKpEUabL7KCymN_mJ4jpOO-A4yBic1rxoTpzmvMzh8oe1pclHe8/s1600-h/humor~866.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410833377403153522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxUK8yxy6F1QEAeGE2ukYKcZr3DxZkTkp2BgKAHcYuEEJgmwicbcMP9zKT2BnSUZTsP6c5tkNA91YD1SXCfsBlI6mpSKpEUabL7KCymN_mJ4jpOO-A4yBic1rxoTpzmvMzh8oe1pclHe8/s320/humor~866.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 278px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
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A psicologia possui diversas abordagens. Podem ser chamadas de Humanista, Existencial-Fenomenológica, Gestalt, Behaviorista entre outras, e o interessante é que cada uma destas vertentes enxerga o ser humano de uma forma distinta. É claro que elas possuem também visões semelhantes em alguns momentos, porém as diferenças teóricas é que justificam as suas existências. Podemos dizer que em comum está a crítica que todas fazem à Psicanálise pelo fato desta ciência reconhecer o homem como sendo um ser pré-determinado.</div>
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Ao se definir o homem desta forma, como um ser pré-determinado, a Psicanálise coloca em risco a necessidade ou eficácia da própria terapia, pois se o indivíduo é fruto do que foi sua infância, se o seu destino já está escrito, como ele irá solucionar os problemas surgidos ao longo de sua vida e que até então, adulto, não conseguiu superá-los? Como mudará seu "jeito de ser" ou irá enfrentar de forma diferente situações que lhe incomodam ou pertubam? Será ele capaz de abandonar um vício, de vencer uma fobia? E se não mudará, para que então fazer terapia? </div>
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É importante deixar claro que nenhuma das abordagens da Psicologia, até onde sei, apresenta uma proposta de reformar o ser humano que procura uma consulta. O profissional competente não ousaria prometer mudar o paciente, pois este não é o objetivo de uma terapia séria.</div>
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Não há o que se falar em doença psicológica e muito menos em cura, pois até hoje não foi estabelecido um padrão de normalidade de funcionamento para o ser humano assim como também não existe um comportamento ideal para vivenciarmos a cada situação específica. Como dito anteriormente, cada sujeito possui visão peculiar e experiência própria sobre o que lhe acontece. Neste ponto cabe lembrarmos uma frase de Caetano Veloso: "Olhando de perto, ninguém é normal." Portanto não há o que se falar em exemplos ou modelos a serem seguidos já que não há perfeição a ser alcançada.</div>
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Em se falando de sujeito pré-determinado, ao observarmos as crianças, muitas vezes sem perceber exercitamos nossa capacidade de advinhação e imaginamos seus futuros: - Esta será um grande líder. -Esta aqui vai ser professor ou cientista, pois desde pequena já sabe tudo. Conhecendo-a mais profundamente, pensamos que: - esta outra terá um futuro sombrio. Pode soar como algo macabro, mas à excessão do próprio filho, ninguém costuma acompanhar o crescimento destas crianças para certificar-se da promissora ou aterradora previsão. É claro que todos nós queremos o melhor para as quase inocentes criaturas, não tendo porque desejarmos o contrário.</div>
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É fato, porém, que esta previsão nada mais é que fruto de nossa intuição. Por experiência, verificamos que crianças tímidas tornam-se adultos acanhados enquanto que as extrovertidas tornam-se comunicativas ao crescerem. E apesar dos esforços conscientes para se promover a mudança, algumas características da personalidade parecem imutáveis aparentando serem mais fortes que a própria vontade do indivíduo. Podemos comprovar tal teoria ao constatarmos o esforço fenomenal, na maioria das vezes mal sucedido, do ex-alcólatra ou ex-drogado para não retornarem ao vício. Visualizamos, com freqüência, a tensão de qualquer portador de uma fobia ao deparar-se com o objeto de seu medo apesar de ter sido treinado para enfrentá-lo ou mesmo ignorá-lo depois de anos de terapia.</div>
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O certo é que o futuro do indivíduo depende de como ele vivenciou ou vivencia a fase do Complexo de Édipo, período inicial e marcante de sua vida. Além da definição de sua sexualidade, desta fase surgirão as fobias, as frustrações, as ansiedades que o acompanharão para o resto da vida. </div>
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Para reduzir as mazelas causadas por um Complexo de Édipo mal elaborado, é proposta pela Psicanálise um procedimento terapêutico cujo elemento primordial é a <em>transferência</em>, fenômeno que ocorre quando o terapeuta passa a representar, para o analisando, uma das figuras parentais. Depois de estabelecido durante a terapia, pode ocorrer de haver o abandono das sessões haja vista o ressurgimento de lembranças desagradáveis que encontravam-se recalcadas, momentos nada prazerosos para o paciente. Mesmo assim, apesar do risco, esta seria a hora propícia para se enxergar e entender as possíveis causas das neuroses estabelecidas na vida adulta e assim fazer com que o próprio paciente consiga, de alguma forma, aliviar os sintomas de seu mal estar ou problema e então passar a conviver com ele de uma forma mais tolerante e harmoniosa.</div>
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Semana passada li uma notícia que me deixou bastante intrigado: de acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde, até o ano de 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, superando qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. A depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção. Ainda de acordo com aquele órgão, os países pobres são os que mais devem sofrer com o problema, já que são registrados mais casos de depressão nestes lugares do que em países desenvolvidos. </div>
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Sempre me espantei com estatísticas de doenças, pois elas geralmente envolvem números redondos e bastantes exagerados. No caso citado acima, o número mágico, de acordo com projeções, foi o ano de 2030. Talvez até lá a depressão venha a ser analisada com mais critério do que até hoje vem sendo pelas autoridades de saúde, pois esta costuma ser a doença mais incompreendida. Convém esclarecer que uma tristeza profunda motivada por causa conhecida não é o que costumeiramente chamamos de depressão.</div>
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Outra coisa a se considerar nesta notícia é que a OMS declarou ser a população pobre aquela mais afetada por este transtorno. Não houve maiores informações sobre causas, tratamentos ou curas. Melhor assim, pois ainda hoje não existe consenso sobre as verdadeiras causas desta doença. Para a ciência médica, a depressão consiste numa falta de determinadas substâncias químicas no organismo, ora a serotonina, ora o lítio. O fato é que remédios à base destes componentes são fundamentais para o sucesso dos tratamentos deste mal.</div>
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Existem diferentes definições para a depressão, também conhecido como transtorno bipolar de humor. Sabemos que indivíduos com isto podem vivenciar uma tristeza e apatia profundas sem nenhuma razão aparente, assim como apresentar variações bruscas de humor passando desta tristeza para a euforia em pouco tempo. Vários são os sintomas porém as causas continuam misteriosas. A explicação para o aparecimento desta doença do ponto de vista psicanalítico pode parecer um tanto polêmico: alguns acham, como é o meu caso, que o depressivo apenas realiza uma cobrança inconsciente da presença dos pais ocasionada por um profundo sentimento de abandono que experienciou em tenra infância. Este sentimento, provavelmente despercebido na ocasião, pode ter sido desencadeado por um fato bastante banal, como um simples atraso na busca da escola ou um simples desencontro num shopping center. São situações corriqueiras, mas que podem provocar um efeito devastador para a criança que refletirá em seu futuro. </div>
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A mensuração de um trauma de abandono vivenciado por outra pessoa sempre é complexa uma vez que depende da estruturação do aparelho psíquico de cada indivíduo. Este atraso na busca da escola, para uma criança pode representar uma tragédia enquanto que, para outra, pode significar uma oportunidade de novas descobertas ou diversão, como já dito anteriormente, depende da formação psíquica de cada um. Porém é importante salientar que toda criança ainda possui seu aparelho psíquico em formação, e portanto, quanto antes ocorrer o trauma, menos estruturado ele estará e piores poderão ser as suas conseqüências. </div>
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Hoje em dia é comum os pais <i>tirarem férias</i> dos filhos viajando e deixando-os ainda pequenos com avós, tios ou padrinhos, fato este que colabora substancialmente para o aparecimento deste transtorno, pois muitas vezes a criança encara isso como um verdadeiro abandono. Esses mesmos pais no futuro costumam ser penalizados, pois, praticamente, são os únicos seres a suportarem os indivíduos portadores de depressão. Ficam ao lado destes alimentando-os e tentando animá-los. Cuidam de seus filhos adultos como se estes fossem verdadeiras crianças. </div>
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Uma coisa interessante é que assim como os sujeitos depressivos, as crianças hiperativas, conhecidas como portadoras de TDAH, também demandam integral atenção por parte dos pais. Por analogia podemos crer que tal qual a depressão, trata-se de uma cobrança da presença dos pais que, por algum momento, ausentaram-se de suas breves vidas, cobrança quase que imediata. Talvez estas crianças em fase adulta sejam mais suscetíveis à depressão, entretanto até o momento não há nenhum estudo fazendo qualquer conexão sobre estes dois problemas. Não passa de especulação deste autor do blog.</div>
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E porquê os pobres serão os mais penalizados não é difícil de explicar. As mães de baixa renda necessitam retornar ao trabalho mais cedo após seus partos, "abandonando" seus filhos ainda muito pequenos em creches ou aos cuidados de outras pessoas da família. Seus filhos sentirão bem antes que outras crianças, a sua falta. Mães de outras classes sociais por vezes largam seus empregos para cuidarem de seus filhos, ou então passam maior tempo em licença antes de retornarem ao trabalho. Convém salientar que para a criança, a falta da mãe é fato muito mais grave que a falta do pai.</div>
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Há cura para a depressão? Seria demasiado otimista se dissesse que sim, assim como pessimista demais se dissesse que não, mas o tratamento psicanalítico é o mais indicado. É certo também que os remédios prescritos pelos psiquiatras ou neurologistas, de alguma forma, atuam beneficamente para o melhoramento dos sintomas do doente. Entretanto melhor que remediar é prevenir. Nenhum filho pediu para vir ao mundo, mas já que está por aqui nada melhor que os pais dispensarem a atenção adequada às suas necessidades, não?</div>
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</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-71564041465878251992009-07-19T17:01:00.000-07:002011-12-20T13:40:30.526-08:00A Psicanálise está ultrapassada?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ScJwaoAAagSXebieBq_hWsu642ikgoCIdSX6zI1UJOh8XRi4pg_3sLYgCylg02RJo3Rt8rguBrxFs1haFqXdPcFx8oczq593lEZSD3LLzznY_OY2OKokmPau0lI5lrTaadH0QPjgbB8/s1600-h/warhol20freud.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360348415370695250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ScJwaoAAagSXebieBq_hWsu642ikgoCIdSX6zI1UJOh8XRi4pg_3sLYgCylg02RJo3Rt8rguBrxFs1haFqXdPcFx8oczq593lEZSD3LLzznY_OY2OKokmPau0lI5lrTaadH0QPjgbB8/s320/warhol20freud.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 240px;" /></a><br />
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Ultimamente não tenho contemplado episódios interessantes que merecessem alguma menção ou mesmo um post específico aqui neste blog. Casos de corrupção na nossa política ou morte de celebridades é uma constante e não faltará oportunidades para tecermos considerações sobre este assunto. Convém lembrar que há pouco tempo morreu, de forma misteriosa, um grande artista da música pop mundial, Michael Jackson. Digo que sempre admirei seu talento desde o começo de sua carreira. Porém sua vida pessoal, assim como sua morte, foi cercada de mistérios, o que nos impede de fazer qualquer comentário sobre o ídolo. </div>
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Sem nada melhor para fazer, então iremos analisar se o questionamento que dá título a este texto está correto ou não. Estando todos nós em um mundo globalizado, informatizado, plugado e transformado em relação ao século XIX e meados do século XX, estaria a teoria psicanalítica desenvolvida por Freud obsoleta? Ela precisa evoluir?</div>
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Muitos detratores da Psicanálise costumam citar este título dizendo que o mundo mudou mas a Psicanálise continua a mesma. Apesar desta doutrina ter sido pouco aperfeiçoada por seguidores de Freud, podemos considerar que ela jamais sofreu influências da tecnologia, do progresso ou da cultura em quaisquer hipóteses teóricas formuladas. Em toda literatura psicanalítica que passou em minhas mãos, não consigo lembrar de ter lido algo sobre algum objeto criado pelo homem ou aparelho tecnológico. Lembro-me apenas da guerra, que de certa forma é um sub-produto da "evolução" humana, algo capaz de abalar o aparelho psíquico do ser já formado. Outros objetos manufaturados presentes na guerra, como avião, tanque ou metralhadora não foram sequer citados em algum escrito psicanalítico.</div>
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Daí concluímos que a Psicanálise é uma ciência absolutamente centrada no homem e não nas coisas que o circundam, ou seja, o ambiente, o progresso ou evolução tecnológica não exercem qualquer influência no crescimento do indivíduo. A guerra, no caso acima, só é mencionada nos livros para nos trazer exemplos de patologias existentes em indivíduos cujos aparelhos psíquicos se mostraram deficientes, regredindo em algum momento de suas vidas tendo ela como causa. </div>
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Porém o principal motivo pela qual a Psicanálise encontra-se mais atualizada que nunca é o fato dela tratar da formação do sujeito em seus primórdios, ou seja, trata de seu nascimento, narcisismo, da formação de seu ego, superego passando pelo Complexo de Édipo. Estes acontecimentos fundamentais na vida de qualquer um, praticamente ocorrem nos primeiros anos de vida quando ainda não possuímos noção da modernidade, da evolução da tecnologia ou dos objetos que nos cercam. Dessa forma, mesmo para os povos primitivos da Polinésia a formação do sujeito ocorre de forma semelhante à nossa, ou seja, dependem de uma mãe e de um pai ou alguém que o representa e não do mundo exterior. Daí a Psicanálise ser uma ciência universal aplicável a todos os indivíduos, independente de idioma, continente, ambiente ou nível de desenvolvimento do país.</div>
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Logicamente que após nosso crescimento e vencidas as diversas etapas psicanalíticas que promovem a formação de nosso aparelho psíquico, ficamos vulneráveis às influências externas e aos modernos equipamentos que tornam nosso dia a dia mais produtivo. Nossas relações pessoais, cultura, internet e os meios de comunicação certamente irão nos inundar com informações de toda sorte, algumas até questionando a validade ou obsolescência da teoria criada por Freud. Porém nossas conclusões ou decisões serão bastante influenciadas pelos primeiros anos de nossas vidas, mesmo para aqueles que não coadunam com os princípios da Psicanálise.</div>
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</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-60295033661036134982009-06-23T17:43:00.000-07:002011-12-20T14:08:50.089-08:00A Psiquiatria e Psicanálise<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgygPSEFr_hyphenhyphenJcYLw-Q8HG5_P-RUo1sniPHf8nun1FzhHoGFN_A6bL1gHqAeHEd6wZf_iqH_94bCJSTT19qrTUYh-HbsTwydafAsa2qhCGTh8uFVMxHcNkokELpBhWwsXtmiwtTqGEYJBQ/s1600-h/frankenstein.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5350707131206411506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgygPSEFr_hyphenhyphenJcYLw-Q8HG5_P-RUo1sniPHf8nun1FzhHoGFN_A6bL1gHqAeHEd6wZf_iqH_94bCJSTT19qrTUYh-HbsTwydafAsa2qhCGTh8uFVMxHcNkokELpBhWwsXtmiwtTqGEYJBQ/s320/frankenstein.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 230px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 286px;" /></a><br />
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Outro dia deparei-me com uma manchete em um jornal online que versava sobre o ciúmes, assunto já abordado neste blog. A chamada dizia que o ciúmes em excesso poderia ser caracterizado como uma doença. Interessou-me a reportagem e cliquei sobre o link para aprofundar-me no assunto, porém decepcionei-me com o que li: uma renomada psiquiatra dissertou sobre o ciúmes e nada falou sobre causas ou curas, disse apenas que seu excesso merece tratamento terapêutico. Também não disse que tratamento terapêutico era este, donde concluí, conforme Shakespeare, que não havia nada de novo no reino da Dinamarca.</div>
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Freud possivelmente seria um psiquiatra caso esta especialidade médica existisse em sua época, mas como não havia, especializou-se em Neurologia, um ramo da medicina que, de certa forma, "mexe" com o cérebro. E em seu começo de carreira, constante em sua bibliografia, experimentou uma gama de tratamentos a fim de verificar quais deles efetivamente apresentavam algum resultado que o satisfizesse. Dentre os tratamentos, chegou inclusive a aplicar choques elétricos em seus pacientes, algo que posteriormente reconheceu como pitoresco e inútil, mas necessário a sua sobrevivência., pois era remunerado por isso.</div>
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Freud logo descobriu que os remédios eram ineficazes contra os problemas psíquicos das mulheres histéricas de um manicômio austríaco e, a partir daí, desenvolveu sua teoria psicanalítica. Não temos notícias de novas prescrições administradas por ele desde então. Abandonou os anos de estudo da faculdade de medicina para tratar seus pacientes a partir da transferência, que nada mais é que trabalhar com escutas e palavras, sendo a primeira em número muito maior.</div>
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Todo psiquiatra tem uma formação médica, sendo seis longos anos de estudo e mais dois outros de residência. Neste tempo costuma realizar, paralelamente, diversos cursos especializantes sendo que a grande maioria é voltado para a área médica, aprendizado de anos a fio sobre as mais diversas doenças e, principalmente, sobre os mais diversos remédios. Não tenho conhecimento de que o médico em seu curso regular de graduação estude Filosofia ou Psicologia, mesmo como matéria opcional. Porém sei que antes mesmo de tornar-se doutor, além dos cursos, também participa de suntuosos congressos patrocinados pelos mais diversos laboratórios farmacêuticos, sendo cooptado, de forma sutil, por esta indústria desde o início de sua formação.</div>
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Depressão? Prozac ... Ansiedade? Lexotan... Hiperatividade? Ritalina... Insônia? Dormonid. E por aí vai. A solução médica aparece de forma mágica e rápida deixando o paciente satisfeito. As causas, em se resolvendo o problema, não interessam quais são, ou seja, os fins justificam os meios sacramentando cada vez mais o imediatismo hoje presente em nosso cotidiano. Para que resolver amanhã se podemos dar um jeito hoje? E nesta semana vi-me diante de um psiquiatra que também era psicanalista. Dizia fazer parte de uma sociedade psicanalítica no Rio de Janeiro e costumava participar de congressos nesta área, inclusive em outros países a convite. Durante nosso diálogo logo deixou transparecer que receitava a seus muitos pacientes alguns dos fármacos citados anteriormente.</div>
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Como vocês já devem ter percebido, diferentemente de Freud, tenho pouco conhecimento da mitologia grega, porém do Evangelho sei alguma coisa. E deste livro, lembro-me da história de um homem rico que perguntou ao Cristo se podia segui-lo em sua caminhada e pregação. Respondeu Jesus ao pretenso pupilo: - abandone todas as suas riquezas e siga-me. Dito isto, o futuro ex-seguidor desanimou-se e desistiu da empreitada, pois lhe era muito difícil abandonar tudo aquilo que conquistara com muito ardor. Esta história deu origem à celebre e discutível frase de que é mais fácil um camêlo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino do céu.</div>
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E tal qual o rico da história anterior, caso o psiquiatra queira também ser chamado de psicanalista, deverá abandonar seus anos de estudo e conhecimentos adquiridos na medicina, esquecer os anti-depressivos e ansiolíticos para viver uma vida absolutamente casta em comparação com a glamourosa carreira médica que possivelmente teria. Deverá viver sem prescrever remédios, sem possuir diagnósticos na ponta da língua e muito menos soluções imediatas, pois a Psicanálise não tem regras definidas uma vez que cada ser humano é único, mesmo que suas neuroses ou psicoses sejam parecidas. </div>
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Além disso o psicanalista também deve possuir humildade suficiente para reconhecer que pouco sabe daquele sujeito que lhe chega com algum problema em busca de ajuda uma vez que a ciência da Psicanálise, como bem sabemos, não é destinada a advinhões ou seres superiores. Para finalizar posso dizer que o Psicanalista de verdade em vez de química usa os ouvidos.</div>
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Sei não,... mas começo a achar que é mais fácil um rico entrar no reino dos céus do que um psiquiatra virar um psicanalista.</div>
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</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-1481559440562442832009-05-03T17:17:00.000-07:002011-12-20T10:17:02.434-08:00Os Impolutos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmXeMlHb7RGMEvPObuYPFTI-u-ukovvVy490aPYo6nEC84s9DRSpInlxAwIFMpovV-DtlUUFd4C5erq9GZ7HATG8-12LulqUMa_9yql8qUCMRM9vZjnc1c4GonU4FE-PQX9gF90oV6Q8M/s1600-h/pedra.bmp"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5331774669676961890" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmXeMlHb7RGMEvPObuYPFTI-u-ukovvVy490aPYo6nEC84s9DRSpInlxAwIFMpovV-DtlUUFd4C5erq9GZ7HATG8-12LulqUMa_9yql8qUCMRM9vZjnc1c4GonU4FE-PQX9gF90oV6Q8M/s200/pedra.bmp" style="cursor: hand; display: block; height: 184px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 242px;" /></a><br />
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O título desta postagem pode parecer uma provocação ou mesmo um palavrão, mas há tempos venho me perguntando quem são os personagens que comumente encontramos nos horários nobres desvendando os casos mais escabrosos de corrupção que graçam pelo país. Ora um delegado, ora um juíz, ora um procurador ou promotor, todos desfilando impávidos e destemidos pela TV respirando o ar do dever cumprido ao apresentarem sonegadores, contrabandistas e até assassinos devoradores de criancinhas.</div>
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Cada vez que assisto a cenas deste tipo fico impressionado não com os crimes cometidos pelos malandros de plantão, mas sim com a desenvoltura dos acusadores. Acima de qualquer suspeita, tecem tramas sobre como desvendaram supostos esquemas maquiavélicos envolvendo perigosos bandidos. Apresentam-se donos da verdade enquanto os acusados saem dos automóveis escondendo-se sob braços, camisas ou fichários, como se estes objetos camuflassem seus próprios erros ou identidades.</div>
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Desde a mais remota era encontramos narrativas de heróis e anti-heróis. A figura do mocinho e do bandido nos é ensinada quando bem pequenos, sendo que alguns de nós se identificam com a figura do mocinho e outros não. Por isso sempre existirá bandidos a serem combatidos e sempre haverá a figura do bem a combatê-los. Mas será este mocinho uma pessoa impoluta? O que passa na cabeça de alguém que combate o erro alheio mas é capaz de errar mesmo que simplesmente avançar o sinal de trânsito?</div>
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Conforme postagens anteriores, você já deve ter percebido que sou completamente avesso à religião, entretanto não deixo de conhecer suas origens ou aprender alguns de seus ensinamentos. Uma das maiores lições que tirei do Evangelho foi a história em que Jesus foi perguntado pela população em fúria contra uma adúltera, pronta para linchá-la, se deveriam ou não cumprir a sentença de apedrejá-la até a morte. Sem encará-los e enquanto rabiscava na areia, Jesus falou em voz baixa para todos: - Atire a pedra aquele que nunca pecou. Dito isto, imediatamente a turba enfurecida desistiu de executar a pena atribuída à pobre mulher e voltaram em silêncio para seus afazeres.</div>
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A partir daí passei a compreender melhor aqueles que erram. Portanto quando vejo um corregedor, delegado ou qualquer um daqueles personagens já citados anteriormente acusando entusiasticamente diante das câmeras qualquer pessoa, fico a imaginar o quão imaculado deve ser aquele sujeito para que, sem pestanejar, aponte os pecados alheios. </div>
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Lembro-me de um caso recente em que um sujeito ficou preso indevidamente por dois anos acusado de matar a namorada juntamente com dois "comparsas". Descobriu-se agora que a mulher fora vítima de um <em>serial killer</em> paulista que confessou o crime. Ao ser questionado sobre como conseguiu condenar os três sujeitos, o promotor simplesmente falou que houve um equívoco esquecendo o quanto lutou bravamente para condenar os inocentes rapazes.</div>
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Mas qual a relação psicanalítica envolvendo estes fatos anteriores? Podemos falar sobre os mecanismos de defesa do Ego que se fazem presente nas pessoas acusadoras. A "<strong>projeção</strong>" é um destes mecanismos e se revela quando os crimes imputados ao réu são inexistentes ou maiores do que efetivamente o foram. Porém o evidenciado é a presença da "<strong>formação reativa</strong>". A honestidade ostensiva e a retidão absoluta desses senhores suplantam o desejo imenso de praticar atos maldosos ou danosos contra alguém. Ocupando tais cargos, este desejo maligno transforma-se em "benfeitoria" para a sociedade, podendo assim continuadamente fazer mal a muitos de forma justificada independente do culpabilidade do réu e o melhor de tudo, sendo bem remunerado por isso.</div>
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Essa turma de impolutos servidores se estivessem presentes na narrativa bíblica acima, além de executarem a pena de Maria Madalena, aproveitariam a ocasião para apedrejar Cristo acusando-o de cúmplice e incentivador da imoralidade.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-42007292544397076342009-03-12T19:38:00.000-07:002011-12-20T14:15:10.523-08:00O Camarão e o Pequeno Hans<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiBOTjIKRm814-xxOy82IxW0lErg78CnpUmK9cEJehfliHjZhOmUbPNqDhPl57isiPhMByrb-vRxL9EXnvVrQrEEXeMU45lFsIPQ1_bsZPGTxEO_xUUOjU-jWY07KCqm5A4JqnE2PB2C4/s1600-h/cama1.gif"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5312858304887645826" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiBOTjIKRm814-xxOy82IxW0lErg78CnpUmK9cEJehfliHjZhOmUbPNqDhPl57isiPhMByrb-vRxL9EXnvVrQrEEXeMU45lFsIPQ1_bsZPGTxEO_xUUOjU-jWY07KCqm5A4JqnE2PB2C4/s400/cama1.gif" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 208px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 224px;" /></a><br />
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De tempos em tempos costumo ler em jornais alguma pesquisa sobre os sonhos, seu funcionamento e para que eles servem. Porém, para mim, desde que Freud escreveu "A Interpretação dos Sonhos", todas as publicações posteriores sobre o assunto perderam o sentido uma vez que aquela obra abordou ampla e profundamente este tema esgotando quaisquer outras especulações. Daquele livro lembro-me de vários fenômenos que ocorrem durante nosso sono, mas no momento falaremos especificamente de dois deles, resultantes do relaxamento de nosso superego: o <i>deslocamento</i> e a <i>condensação</i>.</div>
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Podemos citar o <em>trocadilho</em> como sendo um exemplo de <i>condensação </i>onde duas palavras unem-se, ou melhor, se "condensam" para formar uma outra. Este neologismo é uma manifestação legítima do inconsciente. Durante o sonho manifesta-se quando um personagem possui voz de uma pessoa, corpo de outra, representando às vezes uma terceira. Já o deslocamento é mais fácil de ser detectado e o constatamos ao dar importância exagerada a pessoas ou fatos que normalmente nos passam despercebidos. </div>
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Enquanto vivo, Freud nos apontou um caso clássico de deslocamento cujo protagonista ficou conhecido como <em>Pequeno Hans</em>. Este garoto, filho de um conhecido, repentinamente foi tomado de imensa fobia por cavalos. E como no início do século XX este animal puxava as carruagens pelas cidades, podemos bem imaginar o martírio que significava sair à rua para Hans e sua família. </div>
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A fobia do Pequeno Hans possibilitou a Freud desenvolver sua teoria do Complexo de Castração. Não era a causa mas sim efeito de um conflito visto como insuportável para o garoto, libido transformada em ansiedade e projetada para um objeto externo. Freud concluiu que Hans deslocava para os cavalos a sua destrutividade e temores sentidos em relação a seu pai. No seu mundo interno e inconsciente, os cavalos seriam o substituto simbólico de seu pai que Hans um dia desejou ver cair e quebrar as pernas, quando o via subir as escadas para ficar com "sua mamãe". É muito mais fácil para qualquer um possuir fobia a cavalos que ao próprio pai. </div>
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No mundo moderno observamos uma doença incoerente, aparentemente sem causa específica que pode surgir de uma hora para outra. Esta doença chama-se <em>Alergia</em>. De repente o indivíduo se vê impedido de desfrutar ou absorver determinadas substâncias pelo fato de que o contato ou consumo do mesmo podem dar início a uma reação corporal de graves conseqüências. Essa aversão a determinados produtos pode ser comparado à aversão do Pequeno Hans aos cavalos.</div>
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A descoberta da substância prejudicial é difícil e incerta mas o certo é que ao consumir o "produto proibido" inadivertidamente, caso o indivíduo continue sem a ciência deste consumo, muitas vezes ele não costuma apresentar quaisquer efeitos colaterais por isso, acontecendo o contrário tão logo perceba ou mesmo desconfie de sua presença. E devido à dificuldade na detecção dessas possíveis causas da alergia, as pessoas fazem um retrospecto do comportamento e, principalmente, de seus hábitos alimentares a fim de confeccionar uma listas de itens "suspeitos", sem se dar em conta que tal como acontecia ao Pequeno Hans, a verdadeira razão desta manifestação alérgica dificilmente será descoberta em um consultório médico.</div>
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O camarão, popularmente, é considerado como o principal causador de quase metade dos casos de alergia. Diferentemente dos cavalos de Hans, este pequeno e inocente crustáceo está convenientemente sempre longe da gente, quase não se encontra nas refeições e muito menos costumamos cruzar com ele no nosso dia a dia. Apesar de às vezes andar por aí disfarçado de bobó, empadinha, risólis ou risoto, ainda sim é capaz de causar verdadeiros estragos aos alérgicos de plantão. O jeito é partir para as massas.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-25078076465164158412009-02-16T13:29:00.000-08:002011-12-20T14:19:02.955-08:00A Advogada e a Psicossomática<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheYRQpPlRsudWZRwEk86sNlLVk8SHFnzB9zYhH3meLUyymW0D00Me4ufteRcEbqwUtDHO41psW1R6eWJNNvt0t4DJse0yU06FTa2XR6wJ2Wrt2AGG6hKfYLdooQLSJAKzqvEePMu6AIOE/s1600-h/autoflagelo.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303523124287349906" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheYRQpPlRsudWZRwEk86sNlLVk8SHFnzB9zYhH3meLUyymW0D00Me4ufteRcEbqwUtDHO41psW1R6eWJNNvt0t4DJse0yU06FTa2XR6wJ2Wrt2AGG6hKfYLdooQLSJAKzqvEePMu6AIOE/s400/autoflagelo.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 178px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 250px;" /></a><br />
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Mais um incidente recente, inflamado pela mídia e oportunismo político, tomou de assalto os lares brasileiros despertando na população uma variação de sentimentos positivos ou negativos. Estou falando do caso de uma advogada brasileira pernambucana que alega ter sido vítima de agressão realizada por um grupo neo-nazista na Suíça que além de deixar cicratizes pelo corpo, provocou um aborto de gêmeos que carregava em seu ventre.</div>
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O desenrolar da história foi surpreendente. A polícia daquele pequeno e rico país disse que a vítima não se encontrava grávida no momento da agressão, não podendo ter acontecido aborto algum por este motivo. O grupo neo-nazista também rechaçou a acusação de agressão fazendo restar um país pasmo, haja vista que a imensa maioria da população havia formado juízo de tal fato, motivando revolta contra as autoridades daquele pequeno país cantonês que foi acusado de xenófobo e racista. Ficou patente o perigo de se escutar apenas uma das partes para a tomada de decisões. No episódio também ficou claro que julgamentos precipitados baseados na paixão ou emoção podem provocar erros irreparáveis.</div>
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O pai da vítima, ainda sem saber dos detalhes do incidente, ao chegar na Suíça comunicou a todos da gravidez de alto risco da filha pelo fato dela ser possuidora de uma doença chamada Lúpus. A partir de então, vislumbrei algo diretamente ligado à Psicossomática, ou seja, parece-me evidente que fatos inconscientes podem provocar doenças cujas causas são aparentemente desconhecidas.</div>
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O Lúpus é uma doença crônica, auto-imune, que causa inflamações em várias partes do corpo. Normalmente nosso sistema imunológico produz anticorpos cuja função é proteger o organismo das eventuais agressões, sejam dos vírus, bactérias, células cancerígenas ou quaisquer outros corpos estranhos. Porém devido a uma desordem imunológica, o sistema defensivo perde sua habilidade de diferenciar os corpos estranhos e suas próprias células passando a direcionar anticorpos contra o próprio organismo. Fazendo um breve resumo podemos dizer que o corpo se defende de sua própria defesa, algo grave e interminável.</div>
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Essa disfunção nada mais é que uma auto-flagelação. O corpo sofre ataque de si próprio e não existe uma explicação lógica para tal. Podemos supor que processos inconscientes da pessoa podem deflagrar tal doença. E coincidentemente no grave fato ocorrido na Suíça, pelo menos até o momento que escrevo este blog, os médicos e polícia insinuam que tais marcações no corpo da advogada foram feitas pela própria. É um caso raro em que o sujeito se auto-flagela de forma consciente através das mutilações e cortes e se auto-flagela de forma inconsciente através de uma doença auto-imune que é o Lúpus.</div>
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A auto-flagelação pode ocorrer devido a castigo por desejos ou pensamentos pecaminosos do ponto de vista do sujeito. Algo que vai de encontro ao superego, aos conceitos aprendidos e internalizados durante seu crescimento e formação psíquica, sobretudo ocorrido durante o Complexo de Édipo.</div>
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Cada Cristo com sua cruz, cada sujeito com sua própria doença. A característica da personalidade é sempre compatível com o mal adquirido. A Psicossomática quando observada e levada a sério é capaz de explicar a origem das doenças de cada um e apontar um tratamento psicológico adequado. A ciência médica não ataca as causas mas sim os sintomas. E conforme dito em postagem anterior, o Inconsciente não é percebido por exames de raio X ou ressonância magnética. Logo, para os médicos, muitas doenças continuarão inexplicáveis.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-28865646712799592502009-01-22T12:08:00.000-08:002011-12-20T14:22:04.269-08:00Um Curioso Caso de Rejuvenescimento<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQg3CIq-pp0eYo0UfZ08NZVY4SQzax0d0DDFtHexkJZ8n6Bzf-va6YlEZwhKNePqCg-if-fPgkwIL3cBsDP1PMyomuo7tIPFHTP-tIxUXV0qqdjvPaebitQhvPsEQO9HR0OQXOOA-Iq-8/s1600-h/oldman.jpg"><img alt="O velho e o moço" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5294255498873741186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQg3CIq-pp0eYo0UfZ08NZVY4SQzax0d0DDFtHexkJZ8n6Bzf-va6YlEZwhKNePqCg-if-fPgkwIL3cBsDP1PMyomuo7tIPFHTP-tIxUXV0qqdjvPaebitQhvPsEQO9HR0OQXOOA-Iq-8/s400/oldman.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 195px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 273px;" /></a><br />
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Entra ano, sai ano e nada muda. Fogos em Copacabana, corrida de São Silvestre, filmes de Papai Noel e para variar um pouco, indicações para a premiação do Oscar. Exatamente sobre isto falaremos, pois este ano um interessante e aparentemente bom filme foi selecionado para concorrer ao título de melhor filme, estando entre os favoritos: O Curioso Caso de Benjamim Button. Resumindo bastante, podemos dizer que conta a história de alguém que nasce velho e vai remoçando a medida que o tempo passa, ou seja, vive o oposto de todos nós.</div>
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Será isso bom ou ruim? Sinceramente não saberia dizer, mas tentando fazendo uma análise psicanalítica desta sinopse podemos supor que não há nada de inédito nesta história, pois isto já ocorre na vida de milhões de pessoas no mundo todo. A diferença entre Benjamin e estes milhões é que enquanto Benjamin rejuvesnece fisicamente, este outro tanto de pessoas retorna à infância apenas psiquicamente. O caso mais patente de todos se configura naqueles que, ao envelhecerem sofrem do Mal de Alzeheimer ou qualquer outra demência. É claro que não há vantagem nenhuma neste retorno psíquico, e diferentemente de Benjamin não há data para se chegar ao final da história, ou seja, este recuo psíquico pode levar anos e com o tempo o seu final vai se tornando mais infeliz. </div>
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Nunca vislumbramos a velhice sobre este ângulo, até porque se assim o fizermos ficaremos mais desmotivados à medida que envelhecemos. Nem todos nós, necessariamente, seremos acometidos das mazelas citadas acima, mas caso ocorra um envelhecimento natural, boa parte de nós precisará "naturalmente" de um acompanhante para ajudar-nos nas nossas tarefas mais rotineiras, como banho e limpeza, curativos e arrumação tal qual necessitávamos quando éramos pequenos e frágeis.</div>
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Pensar neste assunto enquanto desfrutamos de plena saúde não é muito reconfortante, até porque o homem (a mulher também) é otimista por natureza. Costumamos planejar viagem com bastante antecedência, comprar apartamentos financiados por até vinte anos e contratar uma previdência privada para aposentadoria futura distante, mas somos incapazes de pensar no envelhecimento e na morte. Estes são dois assuntos tabús que não trazem nenhuma satisfação. - Até eu morrer já inventaram um remédio para o meu mal, - pensamos.</div>
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Hollywood é pródiga em nos oferecer pérolas cinematográficas. Me lembro também de já ter visto um filme de alguém que não tinha estes problemas de pensar na velhice. O nome era "O Retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde. Filme dirigido por Orson Wells contava a história de um sujeito que contemplava seu retrato envelhecer enquanto mantinha intacta sua juventude e beleza com o passar do tempo. </div>
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A sétima arte realmente é fértil em imaginação, não? E eu aqui, enquanto não descubro o segrêdo de Dorian, não deixo de fazer minha ginástica para manter minha juventude aguardando esperançosamente o tal remédio ser inventado.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-67987301975179300392009-01-20T14:52:00.000-08:002011-12-20T08:08:06.166-08:00Obama, Bíblia, Religião, Psicanálise<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE5w0DLShyphenhyphenmiIa8JqbVdOfy4GBa842QkpUWbKsDhLwZOc_X0ViU7NXTU87GcbSid2Yyc_tJMd60CQRlHFQR9dYNlFtuz62llFDWM7_pUWwFCWtba4J2OBZW3DOVOkDWHTW-xW67dq-akc/s1600-h/obama-sworn-in.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293529377624285506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE5w0DLShyphenhyphenmiIa8JqbVdOfy4GBa842QkpUWbKsDhLwZOc_X0ViU7NXTU87GcbSid2Yyc_tJMd60CQRlHFQR9dYNlFtuz62llFDWM7_pUWwFCWtba4J2OBZW3DOVOkDWHTW-xW67dq-akc/s400/obama-sworn-in.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 239px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 265px;" /></a><br />
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Existem coisas que suscitam divergências no mundo todo, coisas capazes de provocar guerras, separações e que muitas vezes vai de encontro aos seus fundamentos. Podemos dizer que a religião, ou melhor, a diferença delas é algo que provoca acirradas controvérsias nos mais longínquos cantões da Terra. Ainda hoje enquanto Obama toma posse da presidência dos EUA fazendo um juramento solene sobre a bíblia, judeus e muçulmanos se atracam ferozmente na chamada Faixa de Gaza no Oriente Médio.</div>
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Freud era judeu e graças a isto quase padeceu durante a segunda grande guerra perseguido pelos arianos alemães que eram cristãos. Sua família, infelizmente, não teve a mesma sorte. Mesmo assim, Freud jamais defendeu a sua ou qualquer outra religião durante em vida, pelo contrário, deixou claras críticas à todas elas.</div>
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Nos dias de hoje, notamos que quanto mais civilizado é o país, menos a população se prende a dogmas ou doutrinas religiosas. Por isto é de se crer que, apesar do juramento, Obama não acredita tão profundamente em boa parte do livro sobre o qual pousou sua mão neste dia de sua posse. Mas este gesto é apenas simbólico num mundo em que as religiões vem cada vez mais superando as doutrinas e exércitos, definindo lideranças políticas e conquistas territoriais.</div>
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A Psicanálise voltada para as religiões é a mesma relacionada à formação de grupos. Ao fazer parte de um grupo ou religião, o sujeito se abstrai de seu superego, seus limites e princípios para incorporar um conceito ou superego comum. Isto é bom para aquela pessoa cujo aparelho psíquico é menos estruturado, pois ao fazer parte de algo que acredita ser superior a si próprio como um grupo, religião ou seita, ela se sente fortificada para enfrentar as adversidades que por ventura lhe apareçam e com maior coragem. </div>
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Atualmente nos grandes centros urbanos, além da religião, podemos citar como exemplos de grupos o Rotary e Lions Club. Há também os clubes secretos como a maçonaria e outros até exclusivos como as sociedades psicanalíticas. Há dezenas de outros grupos menores e podemos dizer que comum a todos é a participação voluntária. Portanto, se o indivíduo quiser fazer parte de qualquer deles, primeiro ele deve concordar com as regras impostas e depois se abster de seus princípios para adquirir um princípio comum, ou seja, espontaneamente joga seu superego para escanteio para depois incorporar o superego do grupo o qual deseja fazer parte, não necessariamente nesta ordem. </div>
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Deve ser muito bom isso, pois os grupos cada vez mais se multiplicam e não restam dúvidas que faz bem ao cidadão que se revigora e fortalece ao acreditar estar fazendo parte de algo que acredita ser bom. Entretanto do ponto de vista psicanalítico isto representa um retrocesso psíquico equiparando este sujeito aos povos primitivos que, desprovidos de conhecimentos científicos, se reuniam para enfrentar os perigos misteriosos.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-1040881283695889722008-11-05T09:38:00.000-08:002011-12-20T15:41:54.984-08:00O Autismo e a Formação do Sujeito<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEQy59b7kxJxOCcFEdrDYAId49_F17xyUWE8gsLq-qw42KPo6_jRDN7xzZzxtzkFNQbiwVP42TK1fwi5F_zdPKBcNfH7M7PyGwTFSLbGR_yM2kVOq3Vq4VkadCz1kO1dImAFvw5cb9LME/s1600-h/AutismDubai.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5265284567713041618" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEQy59b7kxJxOCcFEdrDYAId49_F17xyUWE8gsLq-qw42KPo6_jRDN7xzZzxtzkFNQbiwVP42TK1fwi5F_zdPKBcNfH7M7PyGwTFSLbGR_yM2kVOq3Vq4VkadCz1kO1dImAFvw5cb9LME/s400/AutismDubai.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 344px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 242px;" /></a><br />
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Mesmo sem pedir, a criança nasce. Se ela foi fruto de uma paixão, de um estupro ou mesmo de um anticoncepcional defeituoso é outro detalhe. Entretanto ao nascer, diferentemente de diversos outros animais que já saem andando ou nadando, ela necessita, mais que ninguém, de todos os cuidados do universo. Geralmente é bastante assediada por aqueles que a circundam, motivo o qual levou Freud a chamar de "Sua Majestade" o bebê recém chegado num lar. Entretanto, antes mesmo de sair da maternidade, já se tem início a formação psíquica deste pequeno ser. </div>
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Jesus, segundo os evangelistas, se utilizava de parábolas para pregar sua filosofia aos seguidores não muito cultos de sua época. Já um outro judeu, Freud, usou a mitologia grega para fazer analogias com o seu cotidiano e assim divulgar suas idéias. Para ilustrar o intenso amor e interesse em apenas si mesmo, no caso do recém nascido, Freud cita o mito de Narciso, sujeito que gostava tanto de si que apaixonou-se por seu reflexo visto num lago límpido. Acabou morrendo ao tentar alcançar a sua própria imagem. </div>
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Podemos dizer que o narcisismo é a principal característica da personalidade do bebê, ou seja, ele possui completa indiferença com os que se aproximam, só sabendo de sua própria existência. Porém tão logo esteja acomodado no ambiente, se integrará e aprenderá a se relacionar com o mundo. Sem ainda falar, comunica -se basicamente através do choro, principalmente quando possui fome ou um incômodo qualquer. Esta etapa de vida é um momento crucial para a formação da estruturação psíquica que se revelará no adulto. </div>
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Existem dezenas de teorias acerca do aparecimento do autismo. Muitas são completamente improváveis, mas quando ditas por estudiosos ou pseudo-cientistas tornam-se verdades insofismáveis. Algumas são teorias neurológicas e envolvem além do cérebro e sistema nervoso, as enzimas ou o DNA. Existem aquelas relacionadas à quelação, glúten e a processos orgânicos que jamais serão comprovadas. A própria Psicanálise, em suas vertentes, apresenta diferentes teorias sobre o aparecimento do autismo infantil. Convém salientar que nem todos os profissionais concordam com as teorias alheias, alguns abominam várias delas, mas teoria é teoria.</div>
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Podemos dizer que toda criança, até a mais normal do mundo, nasceu autista. Narcísica por nascimento, à medida que cresce começa a desconfiar da existência de um mundo exterior sentindo necessidade de interação com ele. Sua estruturação psíquica já está em formação nesta fase bastante primitiva. </div>
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Crianças de UTI ou crianças cuja amamentação se dá de forma artificial com o uso de mamadeiras, costumam ser saciadas antes de qualquer manifestação ou desejo, estando, como veremos, mais propensas a tornarem-se autistas. O adulto na ânsia de saciar a fome do bebê e satisfazê-lo plenamente, apesar da boa intenção, pode impedir sua manifestação e interação com o mundo ao redor, fragilizando seu ego em formação, pois ao não lutar pelo que deseja, torna-se um fraco além de desinteressar-se pela existência de quem o sacia e principalmente do outro, característica básica do autista. </div>
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Este isolamento não ocorre com aqueles que costumam ser amamentados através do seio materno, pois desta forma a criança chora para chamar sua fatigada mãe percebendo não estar sozinho no mundo, sentindo que existe alguém ou alguma coisa que o alimenta e o satisfaz. Por isso o choro, apesar de ser bastante incômodo para alguns, pode ser também a certeza de um crescimento psíquico saudável, desde que seja devidamente monitorado. Para que a criança possua um "eu" forte, é necessário haver um "outro" forte. Sem o "outro" não há o "eu", seria tudo uma coisa só, não acontece a diferenciação.</div>
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Segundo Freud, toda criança possui um enorme "Id", um "Ego" frágil e nenhum "Superego". É muito comum após um trauma as pessoas regredirem para uma fase psíquica anterior a que se encontrava. Antes mesmo da formação do superego e com um ego infantil bastante fragilizado, qualquer pequeno tropeço na vida da criança pode significar um trauma que o fará regredir à fase anterior do estágio psíquico em que se encontra, ou seja, poderá ocorrer um retorno à sua fase autística, pois não estaria muito longe dela. E uma vez estando aí, dificilmente sairá desta posição. Para explicar porque há os autistas verbais e os não verbais, podemos dizer que os autistas verbais sofreram este trauma psíquico após o aprendizado da fala, o que não ocorreu com os autistas não verbais.</div>
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Este choque ocorrido em tão remota era, antes mesmo da fase do Complexo de Édipo, justifica o fato do autista não possuir superego, ter um ego mínimo e um id enorme. Não há limites ou pudores para o autista, o <i>princípio do prazer</i> que rege sua vida supera longe o <i>princípio da realidade</i>, pois faz tudo sem preocupações futuras sendo extremamente imediatista. Logo, não há química ou remédios que o cure apesar de haver inúmeras pesquisas sobre esta patologia. </div>
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O quadro é não muito promissor para este mal, comum na atualidade, mas podemos ter a certeza que o autismo ao menos não representa problema algum para o autista.</div>
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<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-45817790018222277642008-11-02T08:51:00.000-08:002011-12-20T15:49:57.377-08:00A Psicanálise e a Neurociência<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0p1lVYs5uKJfzZWBkZUsX_yrzzMd9jJVhQmwThcDMH4Os0JwddZ9tiY0zvuIfp3dU5wKhUM-UgvFlMmKCmPqhjdFj5O0R9rg1v6npJQWPfeQj_qfsSqJ6n-s4r3E6a6g3gAbzuCL77oc/s1600-h/homer-simpson-wallpaper-brain-1024.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5264115874426512706" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0p1lVYs5uKJfzZWBkZUsX_yrzzMd9jJVhQmwThcDMH4Os0JwddZ9tiY0zvuIfp3dU5wKhUM-UgvFlMmKCmPqhjdFj5O0R9rg1v6npJQWPfeQj_qfsSqJ6n-s4r3E6a6g3gAbzuCL77oc/s400/homer-simpson-wallpaper-brain-1024.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 188px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 250px;" /></a><br />
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Durante uma viagem em julho de 2008, comprei uma revista que me chamou a atenção ao passar pela banca. Era a Superinteressante daquele mês e tinha na capa, além da imagem de Freud, uma pergunta em letras chamativas: Terapia funciona?</div>
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Deixei para ler a reportagem depois e finalmente ontem, mais de três meses da compra da revista, me lembrei de lê-la. Me ocupei durante a noite nesta leitura em ocasião que não me encontrava com muito sono e no texto publicado pude perceber algumas conclusões nada imparciais da reportagem sobretudo de alguns entrevistados. Em sua maioria os convidados pertenciam a abordagens diversas da Psicanálise, como cognitivo comportamental ou mesmo neurocientistas e filósofos. </div>
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Presumi que Freud apenas aparecia em destaque na capa porque ele continua sendo o principal expoente quando o assunto é Psicologia, independente da abordagem. Excetuando os profissionais atuantes nas respectivas áreas, ninguém conhece bem a aparência do Skinner, Pavlov ou mesmo do Jung ou Lacan. Eu mesmo antes de estudar Psicologia pensava ser o Jung algum sábio chinês, talvez até colega do Confúcio. Ainda bem que evoluí um pouquinho.</div>
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A reportagem continha frases como "teoria ultrapassada de Freud". Nela pude descobrir que pesquisadores da UNICAMP fizeram descobertas <i>interessantes </i>como "os sonhos têm mais a ver com memória do dia anterior do que com desejos reprimidos." Lá também li que "Freud exagerou as histórias de seus pacientes para comprovar suas teorias". Existem várias outras pérolas naquela reportagem mas que não convém repetí-las. Particularmente, uma vez tendo sido escolhido como Personalidade do Século XX pela revista Times, desafiar as teorias psicanalíticas de Freud além de ser bastante audacioso é correr risco de cair no ridículo.</div>
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Neste ponto me lembro que, quando mais jovem, assisti na TV um cientista brasileiro, César Lattes, questionando a teoria de Einstein em alguns pontos descobrindo depois estar equivocado. Bastou para que fosse impiedosamente criticado pela comunidade científica internacional sendo condenado ao ostracismo, apesar de ser considerado um dos maiores físicos brasileiros de todos os tempos. Toda audácia tem seu preço. Ora a fama e o reconhecimento, ora a frustração e o fracasso, como parece ser o caso em questão.</div>
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Não sei muito da Neurociência, porém, segundo a mesma reportagem, pude perceber que se trata de ciência experimental em fase embrionária quase que limitada aos laboratórios das universidades. Suas teorias baseiam-se em algo desconhecido para todos, que é o cérebro humano. Portanto a crença na Neurociência é pura questão de fé, primeiro assunto discutido neste blog. Não há como as pessoas andarem com um scanner na cabeça para saber onde ocorrem os sinapses num determinado momento de suas vidas, pois a cura dos problemas do indivíduo, o conhecimento de si próprio, segundo a Neurociência, depende do sujeito promover de alguma forma ainda desconhecida, novos arranjos de sinapses entre seus neurônios. </div>
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Quanto ao título chamativo, "Terapia funciona?", a reportagem dizia que sim, independente da abordagem do terapeuta incluídos aí até os filósofos. Menos mal esta afirmativa. Entretanto nunca é demais lembrar que a terapia psicanalítica se dá através da transferência. A relação paciente-terapeuta é fundamental para a promoção da melhora dos sintomas do sujeito que buscou ajuda. Nesta relação pode ocorrer a transferência até involuntariamente, independente da abordagem do profissional. O importante é conhecer como ela se dá e, principalmente, quando está em curso para fazer bom uso dela.</div>
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Depois da leitura, concluí que a Neurociência ainda se encontra muito distante de uma aplicação prática. Pode ser que num futuro próximo, com o desenvolvimento tecnológico, ela evolua a ponto de saber do que é composto o neurônio, como armazena informações, como morre ou mesmo, como fazer para multiplicá-lo. Talvez nesta hora, após atingirem este grau de conhecimento, é bem provável que estes cientistas caiam no mesmo dilema do cachorro que depois de muito latir alcançou o pneu do automóvel: "E agora? O que que eu faço com isso?"</div>
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A propósito: Superinteressante, nunca mais.</div>
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</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5868658908566672903.post-84998033810709137872008-10-25T07:27:00.000-07:002011-12-20T16:02:05.006-08:00Início da Vida Psíquica<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjca9Qo2bI-ahniSvkAQi43BRRp-9Zmny-AGqr0XIy0lW6UE0sNxTpTY3rZOGpFmZ6H2LNbUWanVWUMSTBQeJM2Cbpu1KJpwMYGwMyzA63Cz1I9FuTcEb5DyYOktnKzZet1ZcmHFW0v7lQ/s1600-h/costume_superman.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261103191691715906" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjca9Qo2bI-ahniSvkAQi43BRRp-9Zmny-AGqr0XIy0lW6UE0sNxTpTY3rZOGpFmZ6H2LNbUWanVWUMSTBQeJM2Cbpu1KJpwMYGwMyzA63Cz1I9FuTcEb5DyYOktnKzZet1ZcmHFW0v7lQ/s400/costume_superman.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 285px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 190px;" /></a><br />
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Enquanto nada de interessante acontece após a tragédia descrita anteriormente, podemos continuar com os assuntos psicanalíticos. E algo fundamental para entendimento futuro do homem é conhecer como se dá o início de sua vida psíquica. Então, continuemos com nossas teorias. Devo esclarecer que muitas das teorias aqui apresentadas não são necessáriamente Freudianas, até porque muito do que hoje existe não existia no século XIX ou início do século XX quando viveu. As pretensas conclusões apenas baseiam-se na teoria psicanalítica criada por Freud, e trata-se apenas de uma opinião do autor do blog, que é mais uma de tantos outras vindos de profissionais que se dizem psicanalistas. </div>
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Como dito anteriormente, o ser humano adulto começa a ser moldado a partir de seu nascimento. Muitos estudiosos e médicos recomendam à gestante transmitir, de alguma forma, bastante carinho e serenidade para o bebê que se encontra em seu interior. Apesar de nada comprovado cientificamente, isto serviria para acalmar o feto. Porém para transferir esta paz, a própria gestante deveria estar em paz consigo própria no momento desta transferência, portanto a eficácia da sugestão é discutível. Pelo sim, pelo não, todas as teorias acerca de uma gravidez segura devem, se possível, serem seguidas, pois elas costumam promover, no mínimo, tranqüilidade. Porém convém salientar que o bebê não possui o dom da telepatia, ele é incapaz de ler pensamentos ou entender o idioma falado pelos adultos ainda mais estando no útero materno.</div>
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O início da vida psíquica, portanto, para a psicanálise, não começa aí, no útero da mãe, mas sim no cérebro da mãe. Será aquele bebê desejado? Será bem vindo ao meu mundo? O pai possui bem menos influências na formação psíquica da criança. Um dos grandes méritos da psicanálise foi esta interessante descoberta, da insignificância do pai. Entretanto a figura paterna se faz fundamental na formação do indivíduo sobretudo no Complexo de Édipo a ser descrito posteriormente, não necessitando ser propriamente o pai sanguíneo do sujeito, mas uma representação paterna. Esta representação pode ser o padrasto, o tio, o avô, o amante ou mesmo a amante. Já no caso da mãe, a representação materna se faz única e exclusivamente por ela mesma. Crianças criadas pela tia, pela avó ou adotadas, principalmente as do sexo masculino, são visivelmente mais afetadas psicologicamente que as crianças que tiveram o crescimento ao lado da própria mãe, ainda que esta mãe não seja das mais exemplares. O aparelho psíquico dessas crianças fica fragilizado e bastante comprometido para competir com as demais nos diversos obstáculos que encontrarão na vida.</div>
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Por este motivo, quando um Juiz de Menores ou um Conselho Tutelar Infantil ordena ou sugere a separação da criança da mãe por causa de uma negligência qualquer, estarão cometendo grave erro que será evidenciado em futuro próximo. A pior coisa que pode ocorrer para a formação psíquica da criança e futuro adulto é a separação entre mãe e filho. Uma ordem assim só deveria ser dada em casos extremos onde a vida da criança correria sérios riscos, pois de outra forma isso não se justificaria. Ruim com ela, pior sem ela.<br />
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</div>Unknownnoreply@blogger.com1