sábado, 25 de outubro de 2008

Início da Vida Psíquica




Enquanto nada de interessante acontece após a tragédia descrita anteriormente, podemos continuar com os assuntos psicanalíticos. E algo fundamental para entendimento futuro do homem é conhecer como se dá o início de sua vida psíquica. Então, continuemos com nossas teorias. Devo esclarecer que muitas das teorias aqui apresentadas não são necessáriamente Freudianas, até porque muito do que hoje existe não existia no século XIX ou início do século XX quando viveu. As pretensas conclusões apenas baseiam-se na teoria psicanalítica criada por Freud, e trata-se apenas de uma opinião do autor do blog, que é mais uma de tantos outras vindos de profissionais que se dizem psicanalistas.

Como dito anteriormente, o ser humano adulto começa a ser moldado a partir de seu nascimento. Muitos estudiosos e médicos recomendam à gestante transmitir, de alguma forma, bastante carinho e serenidade para o bebê que se encontra em seu interior. Apesar de nada comprovado cientificamente, isto serviria para acalmar o feto. Porém para transferir esta paz, a própria gestante deveria estar em paz consigo própria no momento desta transferência, portanto a eficácia da sugestão é discutível. Pelo sim, pelo não, todas as teorias acerca de uma gravidez segura devem, se possível, serem seguidas, pois elas costumam promover, no mínimo, tranqüilidade. Porém convém salientar que o bebê não possui o dom da telepatia, ele é incapaz de ler pensamentos ou entender o idioma falado pelos adultos ainda mais estando no útero materno.

O início da vida psíquica, portanto, para a psicanálise, não começa aí, no útero da mãe, mas sim no cérebro da mãe. Será aquele bebê desejado? Será bem vindo ao meu mundo? O pai possui bem menos influências na formação psíquica da criança. Um dos grandes méritos da psicanálise foi esta interessante descoberta, da insignificância do pai. Entretanto a figura paterna se faz fundamental na formação do indivíduo sobretudo no Complexo de Édipo a ser descrito posteriormente, não necessitando ser propriamente o pai sanguíneo do sujeito, mas uma representação paterna. Esta representação pode ser o padrasto, o tio, o avô, o amante ou mesmo a amante. Já no caso da mãe, a representação materna se faz única e exclusivamente por ela mesma. Crianças criadas pela tia, pela avó ou adotadas, principalmente as do sexo masculino, são visivelmente mais afetadas psicologicamente que as crianças que tiveram o crescimento ao lado da própria mãe, ainda que esta mãe não seja das mais exemplares. O aparelho psíquico dessas crianças fica fragilizado e bastante comprometido para competir com as demais nos diversos obstáculos que encontrarão na vida.

Por este motivo, quando um Juiz de Menores ou um Conselho Tutelar Infantil ordena ou sugere a separação da criança da mãe por causa de uma negligência qualquer, estarão cometendo grave erro que será evidenciado em futuro próximo. A pior coisa que pode ocorrer para a formação psíquica da criança e futuro adulto é a separação entre mãe e filho. Uma ordem assim só deveria ser dada em casos extremos onde a vida da criança correria sérios riscos, pois de outra forma isso não se justificaria. Ruim com ela, pior sem ela.

Um comentário:

luisa disse...

Dr. Ney, fiquei muito satisfeita com sua colocaçao .
Desejo-lhe sucesso neste blog pois demonstra clareza, conteúdo e dedicaçao à psicanálise. Sou estudante de psicologia e li todo seu blog de uma só vez.
Parabéns, luisa